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Visita de poeta

Manuel Alegre foi à Associação Augusto Gil e passou pela sede de candidatura, mas muito apressado

Depois de Cavaco Silva e Mário Soares, também Manuel Alegre visitou a Guarda, na passada sexta-feira. Atrasado como mandam “as regras” de um candidato em campanha eleitoral, o deputado visitou a Associação de Beneficência Augusto Gil e passou muito rapidamente na sua sede de candidatura. Nesta segunda visita, o candidato independente veio acompanhado por uma comitiva modesta, elogiou o que de bom se faz no interior e prometeu lutar pelos interesses do país, caso seja eleito.

«Sr. Manuel Alegre, o poeta de Portugal, luta por uma causa e faz tudo para alimentar e para o seu país poder melhorar», declamou Cristiana à chegada do candidato. Debaixo do braço, a jovem guardense tinha um exemplar de “O Rafael” para ser autografado pelo autor. O tempo que esperou na escadaria da Augusto Gil, ao frio, não foi em vão. Manuel Alegre ouviu o poema até ao fim e agradeceu o gesto simpático, antes de deixar uma dedicatória especial à jovem fã, que tem uma «grande admiração» pelo poeta. Já na instituição, o candidato ficou impressionado com o projecto “Magic Key”, um sistema inovador que permite aos deficientes motores trabalhar num computador com um simples piscar de olhos. «Qualquer pessoa que não possa mexer os membros superiores pode ligar-se ao computador e aceder à Internet, consultar artigos, ver a conta bancária, carregar o telemóvel, apenas com um piscar de olhos, tudo como outra pessoa qualquer», explica Marília Raimundo, presidente da associação. Além disso, o inventor deste projecto pioneiro «é da Guarda e da nossa instituição», sublinhou, orgulhosamente. «Concorremos a um concurso promovido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e a resposta foi dada num parágrafo: “Demasiado fraco para ser financiado”», indignou-se Luís Figueiredo, autor do “Magic Key”.

«Que plano tecnológico!», respondeu Manuel Alegre, dizendo nunca ter «visto isto em lado nenhum e acho extraordinário». Depois de conhecer todas as valências da instituição, o candidato confessou ter ficado «muito sensibilizado», considerado a associação um «exemplo de coisas boas feitas no interior, que nem sempre são mostradas». Por isso, considerou que uma das funções do Presidente da República «já não é defender o país das ameaças ou das invasões, mas contra o abandono, o esquecimento e a desertificação do interior». As sondagens também mereceram um comentário positivo, já que aparece à frente de Mário Soares nalguns estudos de opinião: «As sondagens mostram aquilo que está a acontecer, há uma viragem nesta campanha. A partir de agora é um confronto entre mim e Cavaco Silva», admitiu. Nesse sentido, Manuel Alegre acredita que vai haver «uma grande surpresa» no dia 22 de Janeiro. Antes de seguir viagem até ao distrito de Castelo Branco, onde participou num jantar-comício, o candidato independente ainda visitou muito rapidamente a sede de candidatura na Praça Velha. Mas como já conhecia, entrou e saiu, com passo acelerado, pois estava atrasado para ir até ao Fundão.

Patrícia Correia

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