Á medida que os anos vão passando, a paciência com que aturo esta coisa dos votos para o ano novo vai diminuindo. Não apenas pelo facto de nunca se cumprirem, mas sobretudo porque faz de cada um de nós uma espécie de “miss” à beira de ser coroada. Posto isto, e descontando esses tais votos de paz no mundo, abundância, prosperidade e benfica campeão, aqui vão os outros, os genuínos e confessáveis, já que os inconfessáveis… nem às paredes.
Desejo então para 2006:
– que Cavaco Silva não ganhe à primeira;
– que Cavaco Silva não ganhe à segunda;
– que a maternidade da Guarda não feche;
– que o hospital não feche;
– que a cidade não feche;
– que Sócrates corra com o ministro da saúde;
– que eu consiga deixar de fumar;
– que eu consiga, finalmente, arrumar o escritório;
– que a A25 fique finalmente pronta;
– que neve na Guarda em Janeiro;
– que o Crómio dos Morangos sem açúcar arranje uma namorada;
– que a Académica fique na primeira.
Bom, e enquanto ia comendo as passas, via esgotarem-se os desejos (confessáveis) pelo que tive que engolir mais doze para os outros, os inconfessáveis que, reconheço, são talvez de muito mais difícil concretização.
Daqui a um ano cá estarei para fazer o balanço.
Sem outro assunto, de momento, desejo a todos que continuem a ler O Interior.
Bom ano.
Por: António Matos Godinho