A Escola Profissional da Guarda poderá vir a ser uma realidade já no próximo ano lectivo de 2006/07. “O Interior” sabe que nos últimos tempos têm decorrido diversas reuniões entre a cooperativa Ensiguarda – Escola Profissional, Lda e várias entidades da cidade, tudo se conjugando para que o estabelecimento possa finalmente abrir as portas. O financiamento para a EPG ainda não está garantido, mas os responsáveis pelo projecto acreditam que desta será mesmo de vez.
«Caso o financiamento do Ministério da Educação seja assegurado, a Escola Profissional da Guarda está em condições de abrir no próximo ano lectivo», garantiu fonte ligada ao processo. «Vai ser preciso muito esforço e trabalho nos próximos meses, mas é possível», reforça. Ainda na última terça-feira decorreu uma reunião na Câmara da Guarda, que contou, entre outras, com a presença do autarca Joaquim Valente e de Marília Raimundo, presidente da Ensiguarda. De acordo com a mesma fonte, «está a desenvolver-se um grande esforço» entre a cooperativa, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda e o município para que a EPG «venha a ser uma realidade», sublinha. De resto, o projecto pode ter ficado «adormecido, mas não morto», realça, relembrando que os cursos propostos tinham merecido aprovação mas que a falta de financiamento inviabilizou a sua abertura. Quanto ao local onde a EPG poderá vir a funcionar, ainda não há uma decisão concreta, mas “O Interior” sabe que o campus do IPG é uma forte possibilidade.
Recorde-se que o projecto da EPG foi apresentado pela Ensiguarda – cooperativa nascida de uma parceria entre a Associação de Beneficência Augusto Gil e a Associação Comercial da Guarda – em 2002.
No entanto, é objectivo dos seus dinamizadores fazer com que a escola seja um «processo querido por mais instâncias», até porque irá gerar «muitas vantagens» para a cidade, uma vez que trará «alunos, dinheiro e emprego para mais professores», frisa a mesma fonte. Neste sentido, a Ensiguarda poderá vir a incluir novos associados, como a Câmara da Guarda e o próprio IPG. A mesma fonte elogia o «forte empenho» do actual autarca guardense para conseguir concretizar aquela que foi uma das suas “bandeiras” eleitorais na campanha. Contactada por “O Interior”, Marília Raimundo, a grande impulsionadora do projecto da EPG, afirmou ainda ser cedo para demasiados optimismos, embora se mostre «convencida» que desta «vai ser mesmo de vez». Recorde-se que a 15 de Abril de 2004, a professora, e ex-secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário no primeiro Governo de Cavaco Silva, criticou o facto da Escola Profissional da Guarda ser a «única» do país que «só existe no papel», porque se encontra à espera de financiamento. Na altura, a presidente da Ensiguarda lamentou que a Guarda continuasse a ficar para trás na senda do desenvolvimento, considerando tratar-se de um caso «único a nível nacional», até porque a escola, os cursos, os currículos dos docentes, o número de alunos e funcionários foram «completamente» aprovados pela tutela. O projecto da EPG mereceu até a avaliação de “muito bom” pelos técnicos do ministério, mas a falta de verbas provenientes de fundos comunitários inviabilizou a sua concretização efectiva.
Ricardo Cordeiro