Uma das antigas torres da Força Aérea existentes na zona mais alta da Serra da Estrela foi cedida aos municípios de Covilhã, Seia e Manteigas para que estas autarquias a possam «rentabilizar da melhor maneira».
O protocolo com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional foi assinado na segunda-feira, na Covilhã, e permitirá que as três Câmaras utilizem a torre, que se encontra desativada, e o túnel subterrâneo que liga à outra ali ao lado, usada atualmente pela Força Aérea e como base do Grupo de Montanha da GNR. «Os imóveis do Ministério da Defesa que não são utilizados, de acordo com a lei das infraestruturas militares, devem ser rentabilizados», disse o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional. O espaço vai acolher as forças da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e outras funções, como a promoção do turismo, a divulgação do património cultural e natural da região e o apoio à atividade turística na Serra da Estrela.
Para Flávio Massano, autarca de Manteigas, esta cedência significa que os três municípios vão assumir a responsabilidade de dar «uma nova vida» à torre noroeste do topo da Serra da Estrela e do túnel subterrâneo. «Obviamente que queremos todos os edifícios porque achamos que aquele espaço merece uma dignificação diferente, mas, com este protocolo, a mensagem foi que estes municípios se entenderam e têm vontade de dar uma nova vida aquele espaço», garantiu o presidente manteiguense. Os projetos a implementar vão agora ser discutidos, havendo já «algumas ideias», nomeadamente dar «melhores condições» às forças da proteção civil que ali trabalham. «Estão em condições bastante difíceis, não têm uma sede, estão em contentores e toda a gente sabe disso», exemplifica Flávio Massano.
O autarca serrano fala também na possibilidade de se criar no alto da Torre um centro de astronomia, «uma ideia antiga». De resto, tudo o que vier a ser feito será discutido entre as Câmaras da Covilhã, Manteigas e Seia, que «têm obviamente várias ideias, mas nem todas elas podem ser implementadas, o que sairá de um entendimento entre os três municípios». Também Luciano Ribeiro, edil de Seia, se congratulou com a cedência das instalações, que serão «essenciais para acomodar não só as forças de segurança e de proteção civil afetas ao maciço central, mas também poderão ser mais um atrativo para o turismo e a valorização daquele espaço».