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As mil vozes de Fátima Miranda

Cantora espanhola apresenta “Cantos Robados” no TMG

“Cantos Robados”, o mais recente trabalho da espanhola Fátima Miranda, estreia amanhã à noite em Portugal no Teatro Municipal da Guarda (TMG). Este espectáculo é a penúltima proposta do “Ribeirinha – Festival de Mulheres” e está agendado para o grande auditório. O crítico musical Fernando Magalhães descreveu a artista como o «santuário da voz humana, onde se entrecruzam o sagrado e o profano».

Dona de uma voz inigualável, Fátima Miranda criou “Cantos Robados” propositadamente para a sua cidade natal, Salamanca, onde estreou no passado dia 30 de Setembro no âmbito da iniciativa “Salamanca 2005 – Plaza Mayor da Europa”. Conhecida como a “mulher das mil vozes”, a cantora e compositora junta técnicas vocais japonesas, indianas e do flamenco. Nesta criação, a dramaturgia está assente em dois grandes blocos. Uma primeira parte de carácter ritual, contido e interior, durante a qual a cantora parece flutuar nas alturas, esculpindo o ar com voz de cristal e trovão, de velha matriarca ou de sereia. A segunda parte oferece um ambiente mais alegre e profano, tudo isto banhado por «um olhar irónico sobre a presença do sagrado no doméstico», destaca uma nota da produção. “Cantos Robados” é uma ideia original de Fátima Miranda. A co-direcção e performance é também da artista espanhola, enquanto a cenografia, co-direcção e desenho de figurinos são de Mirella Weingarte. O acompanhamento pré-gravado para uma das obras é de Werner Durand. Fátima Miranda já actuou em Portugal, nomeadamente no grande auditório do Centro Cultural de Belém em 1995 e 2000, colhendo sempre as melhores críticas.

O “Ribeirinha” termina no sábado com a exposição de pintura de Gerda Lepke, Ingrid Kerna e Liane Birnberg na galeria de arte do TMG. Intitulada “3 Pintoras da Alemanha”, a mostra é comissariada pela artista plástica Maria Lino. Durante a sessão de inauguração terá lugar um concerto por Carlos Canhoto (saxofone), que interpretará a obra “In Freundschaft”, de Karlheinz Stockhausen. Esta exposição está patente até 30 de Dezembro.

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