Com a campanha para as legislativas a chegar ao fim, O INTERIOR foi ouvir os candidatos pelo círculo da Guarda dos partidos que, tradicionalmente, não elegem deputados. Quase todos responderam a quatro perguntas:
1 – Quais são as suas três principais propostas?
2 – Qual é o maior problema do distrito da Guarda e o que propõe para o resolver?
3 – Como avalia os deputados eleitos pelo círculo da Guarda? e
4 – Por que é que um eleitor deve votar em si?
Faltaram à chamada os cabeças de lista do MPT (Mário Gomes), PTP (António Andrade), R.I.R (Ana Ramos) e MAS (Sílvio Miguel). Já o candidato do Chega (José Marques) manifestou disponibilidade para responder, mas não o fez até à hora do fecho desta edição. Aqui ficam as respostas.
Margarida Bordalo (Livre)
1 – O crescimento económico de um distrito não assegura progresso, nem desenvolvimento sustentável, se não tiver em conta o bem-estar, a saúde e a felicidade da geração atual e das futuras, nem o uso sustentável dos recursos do planeta, a saúde dos ecossistemas, os ciclos naturais e as alterações climáticas. Por isso, a agricultura, a floresta e a natureza têm que ter projetos para o desenvolvimento de uma agricultura de precisão que beneficia da biodiversidade. (…) É também necessário apostar na economia circular, em que os resíduos e os impactos decorrentes das atividades e da produção sejam reduzidos ao mínimo, (…). Para isso, é preciso trabalhar-se numa lógica de cooperação e de trabalho para o bem comum, numa transição para um modelo de desenvolvimento ecológico e solidário nas empresas e no consumo pessoal.
Na educação defendemos uma escola centrada em cada aluno, que possibilita caminhos individuais para concretizar as aprendizagens essenciais e aproxima cada indivíduo do perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. (…).
Também é necessário continuarmos o investimento na educação e formação de adultos, promovendo a formação profissional em contexto de trabalho e a aprendizagem não formal e informal em todas as idades, incluindo as universidades sénior no meio rural.
2 – É a diminuição da população e o seu envelhecimento. Temos que incentivar as PME a criarem postos de trabalho com base na agricultura local, na tecnologia, promover a criação de espaços de “coworking” e a dinamização do teletrabalho. O acesso à Internet é um direito humano, reconhecido pelas Nações Unidas (…). Também é necessário modernizar a habitação em termos de conforto e tecnologia, assegurar condições na compra da primeira casa para jovens, estabelecer limites máximos nas rendas e promover a reabilitação e conservação do património edificado.
3 – Quem tem que avaliar os deputados deve ser a população, procurando saber os seus programas eleitorais e valores políticos de maneira a eleger o que mais se coaduna com as necessidades do distrito.
4 – O Livre tem um processo de primárias que se baseia no código de ética. É um partido aberto às pessoas, que procura a máxima transparência e a partilha de decisões. Isto só é possível se forem observados alguns princípios essenciais para o estabelecimento de uma cultura de confiança recíproca. Com base nisto, defendo a liberdade, a igualdade e a transparência pelo distrito da Guarda.