«Não tenho nenhuma informação, nem data, nem como vai ser feito». Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), lamenta desta forma o desconhecimento acerca da sua saída daquele órgão e da tomada de posse do seu substituto, o cirurgião João Casteleiro.
A vigência deste CA terminou em Dezembro de 2004, altura em ficou previsto pelos accionistas – os ministérios da Saúde e das Finanças – que em Março seguinte se realizaria a assembleia-geral para decidir a composição no novo CA. Todavia, tal não aconteceu e desde essa altura o CHCB continua em gestão corrente. «Uma gestão limitada mesmo internamente», lamenta Miguel Castelo Branco, dado que nesta situação «não se podem fazer algumas intervenções porque não temos legitimidade para isso», continua. Um panorama «complexo», admite este responsável que dirige o CHCB desde 2002 e que alertou para a situação durante a sessão solene comemorativa do quinto aniversário da unidade que reúne os hospitais Pêro da Covilhã e Distrital do Fundão, na última sexta-feira. Em causa está o facto de ainda não ter sido realizada a assembleia-geral de análise do relatório de actividades e contas de 2004/2005. Miguel Castelo Branco considera que os accionistas têm condições para desbloquear este impasse desde Março, o que está a ser «altamente penalizador para a organização», lastima enquanto solicita uma decisão urgente.
De acordo com o responsável, as limitações prendem-se com a impossibilidade de lançar novos projectos de desenvolvimento. O médico esclarece ainda que o órgão que dirige é completamente alheio ao atraso, uma vez que toda a documentação foi remetida para a tutela em devida altura e «até já está disponível no site dos hospitais S.A.». Miguel Castelo Branco garante que, mesmo assim, o Centro Hospitalar da Cova da Beira continua a ser gerido com «as mesmas normas» e com a «mesma responsabilidade» até ser substituído.