Especial Natal Sociedade

Bispo da Guarda está preocupado com despovoamento da região

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Escrito por Efigénia Marques

Alerta foi deixado na habitual mensagem de Natal de D. Manuel Felício, que considera ser necessário criar condições para a fixação de pessoas

O Bispo da Guarda leu a habitual mensagem de Natal na passada quinta-feira, onde pretende transmitir duas mensagens essenciais: sensibilizar os cidadãos a parar e a escutar os outros e a sua preocupação com a redução da população na região.
«O último censo do recenseamento da população residente nos nossos meios revelou grandes constrangimentos, o que, aliás, já estávamos a prever. Somos menos, em média, entre cinco e 10 por cento, com a agravante de ainda serem bastante menos percentualmente os que trabalham e podem garantir a natalidade que nos falta», constatou D. Manuel Felício. E por este mesmo motivo o prelado acrescentou que não ficou surpreendido com um estudo feito recentemente na Guarda, que concluía que as empresas da região «não encontram pessoas que possam recrutar para os seus quadros e, por isso, outras empresas que desejariam instalar-se entre nós, não vêm».
Para contrariar o despovoamento, o bispo considera que é necessário criar condições para a fixação de pessoas, «nomeadamente de emprego», e «de famílias com os seus filhos e outros que possam vir a ter, a fim de termos mais pessoas que nos faltam», sublinhou em declarações aos jornalistas. A situação da Guarda «é muito parecida» com a que se vive do outro lado da fronteira, por isso, «há um conjunto de fatores que sendo bem conjugados, porventura a nível transfronteiriço, poderia abrir uma perspetiva nova de inverter a tendência de as pessoas deixarem de procurar só a zona do litoral», sugeriu D. Manuel.
A mensagem natalícia deste ano é também, de certa forma, uma resposta ao convite do Papa Francisco à Igreja, que consiste na integração da mesma «numa caminhada sinodal que estamos a tentar por em prática nas nossas unidades e com apelo à própria sociedade civil, para as pessoas abrirem o espírito umas às outras, para se escutarem, para se aconselharem sobre grandes questões da vida e se ajudarem», especificou o bispo guardense. Na mensagem intitulada “Viver o Natal – À escuta de Deus e dos outros”, o bispo considera ainda que, hoje, vive-se «um silêncio ‘ensurdecedor’ de Deus».
«Quando falo de silêncio de Deus, quero dizer que vivemos numa sociedade desvinculada do religioso, laica, e então entende que tudo o que se refira a Deus é de eliminar, em nome do respeito pela identidade de cada um, como se nós só tivéssemos respeito pela identidade quando silenciamos mesmo as convicções mais profundas das pessoas», explicou D. Manuel.

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Efigénia Marques

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