Alguns jornais regionais e nacionais difundiram a candidatura da
Guarda a Capital Europeia da Cultura, de palestras do presidente da
Guarda, como, «(…) Castilla y León, Ciudad Rodrigo e Bejar apoiam candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura»; «(…) a Câmara Municipal da Guarda enviou via postal o processo da Candidatura da Cidade
a Capital Europeia da Cultura»; «(…) O “dossier” foi entregue e as ordens que nós demos foi para dar seguimento a tudo o que estava preparado (…); «(…) só o trabalho de paginação e… do caderninho… custou aos cofres municipais 20 mil euros mais IVA… tradução 2.500 euros mais IVA»; «(…) é isto que nós devemos trabalhar, defender os que cá estão e não aqueles que estão
numa cidade vizinha…».
Depois destas leituras culturais pergunto como é que se pode vencer e
convencer um júri internacional. Só faltou na declaração mencionar o
custo dos selos para envio do dossier, ficamos também a saber que deram
ordens “nós (executivo municipal) demos ordens”.
Uma candidatura composta de 17 municípios com o apoio de três municípios internacionais merece cultura à altura da candidatura e «(…) não defender os de cá (…)».
A Guarda nunca crescerá sem as cidades vizinhas, sem as gentes vizinhas, sem as culturas literárias ou agrícolas vizinhas, viver num apartamento e não conseguir enxergar alem do vaso é perigoso. Esta candidatura tem os dias contados porque a alma do projeto está ferida na sua honra, resta-nos que o júri internacional não leia a imprensa regional e nacional.
Não basta querer ser, é preciso saber ser. Assim seja.
Carlos Tavares, Covilhã