Depois de um fantástico início de campeonato, coroado com a liderança da Liga de Honra, o Sporting da Covilhã sofreu, no passado domingo, a primeira derrota da temporada frente ao Beira-Mar. Pode dizer-se que foi uma vitória da lógica de orçamentos, já que o Covilhã defrontou o principal candidato à subida e cujo treinador, Augusto Inácio, ganha provavelmente mais que todo do plantel serrano.
Mas no terreno essa diferença de orçamentos acabou por não se fazer sentir, apesar do Beira-Mar ter mandado mais no desafio e de ter sido um justo vencedor. Exceptuando os primeiros minutos da partida, quando a pressão dos aveirenses empurrou o Covilhã para a sua área, nunca chegou a acontecer um “massacre” sobre a baliza de Serrão. Tanto assim que os únicos lances de perigo do Beira-Mar na primeira metade surgiram na sequência de bolas paradas. Primeiro, num livre de Zé Roberto, que Serrão defendeu a dois tempos. Depois, na sequência de um canto, com a bola a sobrar para Labarthe que rematou para excelente defesa do covilhanense. A partir daqui, o Beira-Mar raramente incomodou a defesa visitante. Do outro lado, o Covilhã sentiu grandes dificuldades para criar lances de golo frente a uma formação carregada de experiência. Mas, aos 18’, Tarantini ficou em boa posição para alvejar a baliza de Snircek, só que demorou muito tempo e o lance acabou por perder-se. O encontro passou depois por uma fase muito incaracterística, com inúmeras perdas de bola e lances sem nexo.
Até que perto do intervalo, numa jogada que deixa muitas dúvidas, o árbitro apontou a marca da grande penalidade numa disputa de bola entre Rui Lima e Piguita. Zé Roberto não perdoou e o Covilhã estava a perder pela primeira vez desde o início do campeonato. Os visitantes demoraram a reagir e a dois minutos dos 45, Zé Roberto esteve de novo perto de marcar, mas Serrão conseguiu desviar para canto. Os serranos reagiram na segunda parte e tiveram uma boa hipótese para empatar aos 56’, só que o cabeceamento de Piguita, após livre de Sérgio Rebordão, saiu por cima. Cinco minutos depois foi Pimenta quem tentou a sua sorte, de ângulo quase impossível, levando a bola a bater nas malhas laterais. O Beira-Mar jogava mais na expectativa e só criou perigo através das arrancadas de Rui Lima, mas a finalização de Miran, aos 68’, saiu desastrosa. João Salcedas decidiu então arriscar e abrir a frente de ataque com a entrada de Paulo Campos, no apoio a Oliveira e Nii Amo. Quem aproveitou foi o Beira-Mar e, aos 71 , Roma podia ter ampliado não fosse a boa intervenção de Serrão.
Mas no minuto seguinte o guardião do Covilhã não teve hipóteses, já que o remate de Roma saiu muito bem colocado. A vida dos visitantes ficou muito difícil, embora tenham tido um oportunidade de ouro, à entrada do último quarto de hora, para reentrar na discussão do jogo. Paulo Campos fugiu pela direita e deu o golo de bandeja a Nii Amo, mas este, a meio metro da linha de golo, atirou para fora. Passado o susto, o Beira-Mar controlou a partida e não marcou o terceiro porque Serrão evitou o golo por duas vezes no mesmo lance. No final, Augusto Inácio considerou a vitória «justa», num encontro onde a sua equipa se mostrou «coesa». Já João Salcedas, treinador dos serranos, afirmou que o Covilhã se «portou bem», mas que «não foi feliz» durante a partida.
Francisco Carvalho