A beleza do nosso país, sempre foi motivo para envaidecer de orgulho qualquer português. Cada canto de Portugal é único, com características tão distintas e especiais que só quem não conhece é que não se perde nos seus encantos. Mas, hoje, falamos da nossa região de Castelo Branco que tanto tem para oferecer e, especificamente, da sua fruta.
Conhecida como região de extremos, caracteriza-se por um clima no inverno com muito frio e no verão com muito calor. Características que aliadas à altitude da região e à qualidade do solo, fazem com que a fruta se destaque por ser tão saborosa e doce. Quem o assegura é Sally Simões, produtora em Idanha-a-nova de melancia, mas também de diospiros, ameixas, marmelos e pêssegos. Com formação em Biologia e Mestrado em Engenharia agrónoma, Sally Simões explica que a sua paixão na agricultura começou na produção de melancia, a que costumava todos os verões dedicar-se com o objetivo de produzir a melhor melancia de sempre. Rolando Martins, produtor em Castelo Branco de mirtilo e medronho, acrescenta que a extensa área de regadio, é também um dos fatores que tornam a região ideal para a fruticultura. Para Nuno Carvalho, produtor de pêssegos, cerejas e ameixa e Carlos Matos, produtor de cerejas, ambos no Fundão, afirmam que a escolha de frutas para produzirem derivou exclusivamente das características da região. “Esta é uma das zonas do país com a melhor produtividade e qualidade de cereja” realça Nuno Carvalho, de Três Povos.
A sustentabilidade é outro tema que os fruticultores afirmam, ser um dos fatores fulcrais para a sua atividade. À conversa com Rolando Martins, o produtor com formação em Engenharia Agrária Florestal, afirma que “os produtores portugueses têm uma grande consciência no que toca a sustentabilidade, até porque se não tivermos quem sofre as consequências somos nós próprios.” Explica que o seu pomar é biológico, com 10% da sua área reservada à proteção e abrigos para animais e que recorre a sondas de humidade do solo que permitem uma melhor gestão da água e da aplicação dos fertilizantes. A produção em modo integrado, a utilização de um sistema de rega mais eficiente, para não desperdiçar água, a produção do seu próprio adubo, recorrendo a produtos naturais e a preocupação em não poluir as águas são algumas práticas que fazem parte do dia a dia destes fruticultores. Práticas essas que reforçam a confiança em comprar fruta portuguesa. Recordam também que o seu principal foco é na qualidade da fruta e não na quantidade. Que a sua atividade fomenta a economia local e que diminui a pegada ecológica, visto que o transporte é feito num percurso menor.
Também comum a todos eles, o facto de terem participado na Academia do Centro de Frutologia Compal (CFC). Todos concordam que a aprendizagem no CFC foi transversal envolvendo várias áreas e que permitiu adquirir um conhecimento desde a experiência de campo até chegar à venda online de fruta. Mas acima de tudo, reforçam a importância de criar uma rede de networking com todos os produtores participantes. “Com os quais ainda hoje mantemos contacto e às vezes ligamos uns aos outros a pedir conselhos” recordam carinhosamente os produtores. Rodrigo Costa, Diretor Marketing Sumol+Compal de Portugal e Espanha lembra que “Em 2020, 92,5% da fruta fresca que recebemos em Almeirim para transformação foi de origem portuguesa. É um valor que nos deixa bastante satisfeitos porque reflete a proximidade com os fruticultores e a preocupação em privilegiar a fruta nacional.” A marca também apoia o que é português com o lançamento do Compal Origens, uma gama com edições especiais com frutas regionais, que convida os portugueses a descobrir o seu país, as suas gentes, a sua natureza e os seus sabores e produtos.
Em 2021, um ano particularmente desafiante, o Centro de Frutologia Compal irá atribuir 5 bolsas no valor total de 100.000€ para apoiar projetos agrícolas. Carlos Matos e Nuno Carvalho foram são exemplos que viram os seus projetos receber uma Bolsa de Apoio à Instalação. O produtor Carlos Matos, outrora técnico de som, partilha com emoção “cheguei a ter dúvidas em apostar numa área completamente diferente, mas o facto de uma marca como a Compal ter dado a força e confiança para avançar fortaleceu a minha coragem e determinação para aqui estar hoje.” Para o produtor, Nuno Carvalho, mestre em Bioquímica, que na altura procurava emprego na sua área, afirma satisfeito “Sem a ajuda do CFC eu não teria conseguido avançar sem recorrer à banca. Foi sem dúvida uma ajuda fantástica”.
Os fruticultores, Carlos Matos, Nuno Carvalho, Rolando Martins e Sally Simões fazem parte de uma nova geração de produtores altamente qualificados, que querem produzir de forma sustentável e saudável, sempre de olhos postos no futuro. Quando questionados sobre o que visitar na nossa região, sugerem satisfeitos: no mês de maio, visitar a paisagem das cerejeiras a florir; provar a melancia do Ladoeiro (as maiores e mais doces); visitar Idanha-a-Nova e Penha Garcia, mas também, provar a gastronomia: o queijo da serra, a fruta, pratos de cabrito, medronhos e, claro, a água ardente. É caso para dizer, temos orgulho na nossa região, nos seus produtores e no muito que tem para oferecer.