O presidente da Câmara da Guarda solicitou a intervenção «urgente» do Presidente da República no caso das vagas para médicos atribuídas à Unidade Local de Saúde (ULS).
«Como presidente da Câmara da Guarda e perante a perpetração do interesse público que esta cidade tem sido constantemente alvo por parte do Governo, venho, mui humilde mas assertivamente, solicitar a urgente intervenção de Vossa Excelência e o exercício da magistratura presidencial neste que é um assunto de grave emergência para a República», escreve Carlos Chaves Monteiro na missiva enviada a Marcelo Rebelo de Sousa.
No documento, a que O INTERIOR teve acesso, o autarca salienta que está em causa não só o regular funcionamento das instituições, como o «princípio da igualdade» e o «direito à saúde», consagrados na Constituição. Na carta, o edil guardense considera uma «flagrante desconsideração do Governo à Guarda» o aviso com a abertura de vagas na Saúde, publicado a 1 de julho, que só destina sete médicos para a Guarda, num total de 1.073 vagas abertas no país.
«É uma tentativa de aniquilação dos já deficitários serviços de saúde existentes na capital de distrito», alerta Chaves Monteiro, para quem a situação resulta numa «diferenciação e discriminação» negativas e critica diferentes entidades e responsáveis, designadamente a ULS da Guarda.
«Esta ofensiva à Guarda e aos guardenses é também perpetrada e acentuada pela negligência e pela atuação do conselho de administração da ULS da Guarda e pela ineptidão de uma Secretaria de Estado aqui sediada, que, por ironia, tutela a Segurança Social e está na dependência de uma ministra com a pasta do Emprego», aponta o autarca guardense.