Sociedade

ULS reforça cuidados na comunidade em seis concelhos

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Escrito por Efigénia Marques

Foram contratados funcionários «a mais» para as UCC. Os centros de saúde «não vão perder profissionais».

A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda apresentou na passada quarta-feira as novas seis Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) que vão funcionar em Almeida, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso.
Nélia Faria, enfermeira-diretora da ULS, explicou a O INTERIOR que os «cuidados primários e as Unidades de Cuidados na Comunidade trabalham em complementaridade com as Unidades de Saúde Familiar, Unidades de Cuidados de Saúde Primários, Unidades de Saúde Pública e a Equipa de Recursos Assistenciais Partilhados (ERAP)». Segundo a responsável, «grande parte do trabalho das UCC estava a ser assegurado às populações, no entanto, a partir de agora, «passa a ser feito de forma estruturada, como uma unidade funcional que tem indicadores para cumprir». Nélia Faria considera que a criação das UCC é «premente para os indicadores da ULS, porque fazemos o trabalho mas não estávamos a contabilizá-lo». Nestas unidades, além de enfermeiros, há médicos, assistentes, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros. Os centros de saúde «não vão deixar de ter profissionais por causa das UCC» visto que os funcionários foram contratados «a mais para servir as UCC», garante a enfermeira-diretora da ULS da Guarda.
Uma opção corroborada pelo diretor clínico para os cuidados primários. António Serra adiantou que «foram colocados profissionais há pouco tempo» e realçou que «os cuidados de saúde primários na Guarda estão vivos», dizendo-se «feliz por este momento». Aos médicos responsáveis pelas várias UCC, o clínico desafiou que «não tenham medo da mudança» porque «é uma oportunidade para ganhar um maior conhecimento e pôr em prática novas metodologias».

Assembleia Municipal de Pinhel aprova moção em defesa do centro de saúde

A Assembleia Municipal (AM) de Pinhel aprovou, por unanimidade, uma moção que pretende alertar para o estado da saúde no concelho, onde o «Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde está fragilizado».
Segundo Ângela Guerra, «havia um problema com as escalas para garantir o SAP – eram necessários seis enfermeiros e só estavam dois a prestar serviço». A moção refere mesmo que o serviço está «em sério risco de comprometimento» dado que «muitos dos enfermeiros que ali prestavam serviços ficaram impedidos de o fazer, pelo facto de terem sido qualificados como “Enfermeiros de Família”». A presidente da AM receia que «o novo projeto das Unidades de Cuidados na Comunidade vai esvaziar os serviços», acrescentando que o reforço de médicos de que falam os responsáveis da ULS «não foi feito». O teor da moção já foi comentado por António Serra. O diretor clínico considera haver «coisas que demonstram ignorância» e garante que o SAP de Pinhel «vai funcionar como está. O horário vai ser o mesmo, mas com a designação um pouco diferente. A equipa de saúde deverá assegurar o horário entre as 8 e as 20 horas».
Na resposta, Ângela Guerra esclarece que o objetivo da moção é fazer «com que os pinhelenses tenham SAP quando não conseguem ter médico de família. Se para o doutor Serra ser ignorante é fazer uma moção, na minha opinião, ser ignorante é não defender os nossos territórios e as pessoas, foi para isso que fui eleita».

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Efigénia Marques

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