Sociedade

Sócrates e Santos Silva vão ser julgados por branqueamento de capitais e falsificação de documentos

Escrito por Luís Martins

José Sócrates e Carlos Santos Silva serão julgados por três crimes de branqueamento de capitais e três crime de falsificação de documento, anunciou o juiz Ivo Rosa no final da leitura da decisão instrutória do “Processo Marquês”, esta sexta-feira, em Lisboa.

Por sua vez, Ricardo Salgado será julgado por três crimes de abuso de confiança e Armando Vara por um crime de branqueamento. Os restantes arguidos não foram pronunciados pela totalidade dos crimes que lhes estavam imputados: Joaquim Barroca Rodrigues, Luís Ferreira Marques, José Luís Ribeiro dos Santos, Bárbara Vara, Rui Horta e Costa, José Diogo Gaspar Ferreira, José Paulo Pinto de Sousa, Hélder Bataglia, Gonçalo Ferreira, Inês Rosário, Sofia Fava, Rui Mão de Ferro e Zeinal Bava. 

O crime de fraude fiscal imputado a Henrique Granadeiro está já prescrito e o motorista João Perna será julgado num processo à parte por posse de arma. Ricardo Salgado também será julgado num processo autónomo por três crimes de abuso de confiança e José Sócrates e o amigo Carlos Santos Silva serão julgados num terceiro processo.

O Ministério Público (MP) já anunciou que vai recorrer da decisão de Ivo Rosa e pediu 120 dias para apresentar recurso, o dobro do que é normalmente admitido por lei.

À saída do Campus da Justiça, José Sócrates afirmou aos jornalistas que «algo de singular» aconteceu hoje: «Todas as grandes mentiras da acusação caíram», da fortuna escondida, à corrupção, à ligação a Ricardo Salgado. «Tudo isso ruiu», considerou o antigo primeiro-ministro.

«Prenderam-me e difamaram durante sete anos um inocente», atirou José Sócrates, sublinhando que «todos os crimes [de que foi acusado] não existiram» e «todas as mentiras eram falsas, eram falsidades».

O ex-primeiro-ministro disse também não ter «receio de nada», apenas das «manipulações». «O que fizeram no dia 9 de setembro de 2014 foi uma manipulação no tribunal, foi escolhido o juiz que mais convinha ao MP e isso é um escândalo, não foi apenas um crime, foram dois – manipulação e encobrimento».

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Luís Martins

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