Sociedade

Setor social da Guarda recebe anualmente 11 milhões de euros do Estado

Escrito por Luís Martins

Vieira da Silva participou no décimo aniversário da Residência Sénior da Fundação João Bento Raimundo, que inaugurou em 2009

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social regressou no sábado à Residência Sénior da Fundação João Bento Raimundo dez anos depois de ter inaugurado o equipamento.
Vieira da Silva participou no décimo aniversário desta valência e destacou «o papel e o dinamismo» do setor social e a sua importância na economia local, revelando que no concelho da Guarda ele emprega cerca de 1.500 trabalhadores e há 150 valências com acordos de cooperação com a Segurança Social. Estas parcerias asseguraram uma transferência anual de 11 milhões de euros, «principalmente para pagar salários dos funcionários das IPSS», disse o governante, que sublinhou a importância da «lógica de cooperação» entre o Estado, as IPSS e o poder local. O ministro elogiou o trabalho da Fundação João Bento Raimundo e alertou que o país enfrenta «o desafio do envelhecimento» que obrigará as instituições e o Estado a reorganizar as suas respostas. «Temos que trabalhar para prolongar a vida autónoma dos seniores, reforçando o apoio domiciliário por equipas que se possam deslocar às suas casas, reservando as residências e os lares para última resposta», exemplificou Vieira da Silva.
Por sua vez, Marília Raimundo, presidente do Conselho de Administração da Fundação, afirmou que «a economia social é feita de pessoas, com pessoas e para pessoas» e lembrou que avançou com o projeto da residência sénior «a expensas próprias», uma aposta que se revelou «oportuna e certeira». O equipamento viu a sua capacidade aumentar de 39 para 50 utentes no último ano, mas a responsável desafiou a Segurança Social a celebrar mais acordos de cooperação para acolher beneficiários «mais carenciados». Atualmente, a instituição emprega 100 colaboradores e tem 500 beneficiários. Já Carlos Chaves Monteiro, vice-presidente da Câmara da Guarda, considerou que a Fundação João Bento Raimundo é a «demonstração de um serviço relevante pela comunidade» e revelou que a autarquia deverá aprovar este ano o Regulamento Municipal de Apoio às IPSS, que prevê subsídios para as várias instituições que operam no concelho.
«A economia social é determinante para a criação de postos de trabalho e fundamental para fixar pessoas no concelho», afirmou o autarca, que alertou o ministro para o facto de nesta região os custos energéticos serem «insuportáveis» para a maioria dos idosos. À margem da cerimónia, o ministro disse que a substituição de Jacinto Dias, cuja segunda comissão de serviço na direção da Segurança Social da Guarda termina este ano, é «uma questão que ainda não está na minha agenda, nem tem que estar porque há regras a cumprir».

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Luís Martins

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