O presidente da Câmara da Guarda promete «partir a loiça» se houver segundas intenções no encerramento reiterado do bloco de partos do Hospital Sousa Martins às sextas-feiras. Sérgio Costa deixou o aviso numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, no final de uma reunião com representantes das ordens e sindicatos dos médicos e enfermeiros.
Nos últimos cinco meses o serviço fechou oito vezes por falta de obstetras para assegurar a escala e o autarca quer saber porquê e a quem interessa esse encerramento. «Porque é que encerra o bloco de partos na Guarda e isso não acontece em outros pontos do território bem próximo», interrogou o edil guardense, para quem parece haver «um querer desmembrar da Unidade Local de Saúde da Guarda».
«Não queremos acreditar que isto é simplesmente para retirar nascimentos à Guarda e para aumentar o número noutros hospitais, ou simplesmente por questões estatísticas», denunciou Sérgio Costa, que voltou a lembrar o Estado está a investir 8,5 milhões de euros na requalificação do Pavilhão 5 do Sousa Martins para a instalação do Departamento da Mulher e da Criança (que integra a Pediatria, Obstetrícia, Urgência Pediátrica e Obstétrica, Neonatologia e Ginecologia).
O presidente do município estranhou também não ter sido ainda recebido pelo ministro da Saúde. Até lá apelou à união pela defesa da manutenção deste serviço essencial ao futuro da ULS da Guarda. E espera que o bloco de partos não seja substituído pela «ambulância parteira», numa alusão ao transporte de grávidas do Hospital da Guarda para outras unidades de saúde da região.