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Escrito por Efigénia Marques

Figueira de Castelo Rodrigo perde 1.110 habitantes em dez anos
O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo perdeu um total de 1.110 habitantes nos últimos dez anos. Para o presidente da Câmara, estes números não são surpreendentes, pois «temos consciência que tínhamos perdido alguma população, porém não estávamos à espera que fosse tão acentuada. É um sinal preocupante para qualquer autarca porque estamos a perder naturalmente competitividade na economia local e isto vai prejudicar tudo o resto». Paulo Langrouva adianta que o município tem «em curso, para tentar minimizar esta redução, desde medidas de fixação de pessoas no território, principalmente jovens, e também medidas direcionadas para a natalidade». No entanto, «é muito importante que haja uma estratégia a nível nacional, com políticas direcionadas para a fixação de empresas no interior porque os nossos jovens só se vão fixar cá se tiverem emprego», conclui.

Pinhel perdeu 1.528 habitantes numa década
O concelho de Pinhel perdeu, na última década, 1.528 habitantes. Rui Ventura, autarca local, considera que a explicação deste dado pode ter a ver com o número de mortes ser superior ao dos nascimentos: «Tem a ver com a inércia daquilo que são as políticas de descentralização dos serviços, dos apoios à fixação de pessoas no interior do país e também pelo facto de, infelizmente, morrerem no concelho de Pinhel uma média de 350 pessoas por ano e de haver apenas 50 a 60 nascimentos». O presidente do município acrescenta que está atento a estes indicadores e que «há muito a fazer». Por isso, «de uma vez por todas tem de haver um pacto entre os partidos para políticas que possam ajudar a povoar o interior», desafia.

Em dez anos o Sabugal perdeu 1.263 habitantes
O concelho do Sabugal perdeu 1.263 habitantes nos últimos dez anos e, para António Robalo, presidente da Câmara, este número não é, «infelizmente, surpresa para ninguém». Na sua opinião, será o Estado o «principal responsável» para conseguir reverter a situação: «Todos nós sabemos que temos de lançar políticas de natalidade e isso não são as autarquias que têm que assumir o papel principal, tem que ser o Estado, pois é ele que tem de saber como responder a essa falta de natalidade e questão demográfica», afirma. O autarca diz ainda esperar «que as pessoas entendam que o espaço rural também pode dar qualidade de vida, desde que os serviços públicos não o abandonem».

Manteigas é dos concelhos do distrito que menos população perdeu
Manteigas perdeu um total de 521 habitantes em dez anos. É assim um dos concelhos do distrito da Guarda que menos população perdeu em termos absolutos. No entanto, isso não é motivo para Esmeraldo Carvalhinho, presidente da autarquia, ficar feliz, pois «não queria perder população, mas sim ganhar». O edil declara que, neste momento, é preciso «definir políticas concretas de inserção da população. É pena que os Censos sejam feitos só de 10 em 10 anos, porque se fossem recolhidos dados nos próximos 2-3 anos verificaríamos que efetivamente irá haver uma alteração, até porque as políticas que ainda não estão definidas para o interior do país virão com o PRR, segundo se anuncia», espera o autarca.

Seia é o concelho que mais população perdeu na última década
Seia é o concelho que, em termos absolutos, mais população perdeu no distrito da Guarda, com menos 2.943 habitantes desde 2011. Carlos Filipe Camelo, presidente da Câmara, sublinha que «o despovoamento e o envelhecimento da população são o maior problema que o nosso território tem e infelizmente não é por contágio, mas sim por permanência constante no contexto dos territórios que fazem fronteira em cerca de dois terços do país». O autarca afirma também que as políticas de natalidade não têm tido «grande sucesso» e que «aquilo que tem de acontecer é existir um rejuvenescimento em termos das políticas migratórias não só no território, mas no mundo».

Trancoso perdeu 1.459 habitantes desde 2011
O concelho de Trancoso perdeu um total de 1.459 habitantes na última década. O que, para o presidente do município, é «preocupante», tal como também ao nível do distrito da Guarda: «Em todos os concelhos houve perda de população, são percentagens de facto muito negativas», constata Amílcar Salvador. O edil defende que o problema é «social e estrutural», pois, de uma maneira geral, em todos os concelhos do distrito «os óbitos são sempre quase quatro vezes superiores ao número de nascimentos e obviamente que isso tem um reflexo enorme na perda de população».

Celorico da Beira perdeu 1.111 habitantes na última década
O concelho de Celorico da Beira perdeu 1.111 habitantes, em termos absolutos, nos últimos dez anos. Carlos Ascensão, presidente do município, assume que, «infelizmente, este é um agravar do maior problema que temos, que é o défice demográfico» e que «inverter esta tendência não acontece de um dia para o outro». Segundo o autarca, é «aos poucos» que se deve «tentar reforçar a capacidade de fixar a população, de fazer retornar outros, porque há de facto potencial no nosso território, que está na própria natureza e na sua qualidade de vida». Contudo, o edil é otimista e acredita que há esperança e nada está perdido. «Temos dados que há investidores interessados em criar aqui novas atrações para residentes, turistas, e isso também nos deixa com alguma esperança em relação ao futuro», admite.

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Efigénia Marques

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