A CERCIG garantiu um apoio de 1,4 milhões de euros para a criação de habitação colaborativa na Guarda. O projeto vai ser financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no âmbito do alargamento da rede de equipamentos e respostas sociais e inovadoras. É o terceiro do género assinado em Portugal, depois de Setúbal e do Fundão. Foram aprovados 22 em todo o país, sendo que o da Guarda é aquele que tem o maior valor concedido.
Para Joaquim Monteiro Brigas, presidente da direção da CERCIG, é um projeto que cumpre o ideal cooperativo. «Lembra-me os 100 anos de António Sérgio, quando idealizou o ideal cooperativo. É aqui que está, nós, muito habituados a ver as pessoas a viver cada vez mais isoladas, ainda que, se calhar, muito juntas, em prédios, temos aqui um projeto em que vão viver juntas», declarou o dirigente. O responsável socorreu-se também do Papa Francisco, na encíclica “Fratelli Tutti”, para dizer que com esta iniciativa será possível criar «uma comunidade não apenas habitacional, mas uma verdadeira fraternidade porque há um espaço para as pessoas poderem estar sozinhos e outro de partilha, de comunhão».
O contrato de financiamento foi assinado no passado dia 20 na presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Ana Mendes Godinho sublinhou a importância deste tipo de projetos inovadores para acolher idosos. «A pandemia permitiu-nos perceber que temos que ter uma resposta diferente para as pessoas, que não sejam tradicionais e que muitas vezes acabam por ser respostas de institucionalização sem ter a capacidade de encontrar formas das pessoas continuarem a conviver e ter outro tipo de integração e de verdadeira cooperação, no sentido de uma vivência comunitária», afirmou a governante. Com este financiamento, a CERCIG vai disponibilizar 54 lugares em habitação colaborativa num edifício situado na Avenida Monsenhor Mendes do Carmo. Uma aposta elogiada pelo diretor do serviço de Segurança Social da Guarda, para quem a habitação colaborativa é uma aposta de futuro. «Tenho lançado às instituições do distrito que trabalham com respostas residenciais para idosos o desafio de construírem equipamentos dos quais queiram ser utentes no futuro. A habitação colaborativa é um dos caminhos a seguir nas respostas para a população mais idosa, haverá outros com certeza, como o robustecer do apoio domiciliário de nova geração, mas esta é sem dúvida uma resposta de futuro», considerou Carlos Martins.
Projeto de habitação colaborativa da CERCIG garante 1,4 milhões de euros do PRR
Reabilitação de edifício na Avenida Monsenhor Mendes do Carmo permitirá disponibilizar 54 unidades de alojamento