É a confirmação de mais um cancelamento. As restrições impostas e as medidas de segurança recomendadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) tornam impraticável a praxe nos moldes tradicionais, que tipicamente envolvem grandes aglomerados onde a proximidade dos estudantes é inevitável. Este ano ninguém quer arriscar contágios, motivo pelo qual a tradição não vai ser o que era.
Romeu Conceição, “Imperatorum” da Universidade da Beira Interior (UBI), confirma que as praxes estão proibidas na Covilhã para «não por os alunos em risco». O responsável académico que lidera o Fórum Veteranum – a entidade estudantil à qual cabe definir e organizar as ações de praxe – explica que, apesar da praxe ser «uma importante prática de integração», este ano não se concretiza, mas acredita que «os núcleos de cada curso vão tentar integrar os novos alunos da melhor maneira». Além disso, a Associação Académica da UBI (AAUBI) está a planear «visitas guiadas, caças ao tesouro e atividades híbridas presenciais e online» dirigidas aos caloiros, adianta Ricardo Nora. «Eu também sou um estudante deslocado e não podemos deixar de assumir essa responsabilidade» de integrar os alunos na cidade, acrescenta o presidente da AAUBI.
O batismo e o cortejo da latada que habitualmente se realizam em outubro não vão acontecer nos moldes habituais, mas o dirigente académico diz não descartar a possibilidade de se realizarem «em 2021, durante a Semana Académica», que tipicamente acontece entre março e abril. Esta é, contudo, uma mera possibilidade que estará sempre dependente da evolução da pandemia, ressalva o dirigente.
Novos alunos integrados online no IPG
No caso do IPG as diretrizes são semelhantes. Pedro Soares, “Duxe” do Politécnico guardense, confirma que as praxes estão canceladas, «pelo menos, até janeiro». O responsável máximo do “Real Conselho de Veteranus” diz que haverá «uma barraquinha» no IPG durante as matrículas para informar devidamente os novos alunos, assim como esclarecer quaisquer dúvidas relativas à cidade. «Estamos a planear fazer alguma coisa online» para integrar os novos alunos, refere também Pedro Soares. Em relação a outros eventos académicos tudo está «em stand-by», segundo o presidente da Associação Académica da Guarda (AAG). João Nunes diz não ter ainda planos de atividades para este ano letivo, pois tudo está dependente das «limitações da DGS». Quanto à possibilidade de alguma ação de praxe ser feita “clandestinamente” todos responsáveis são assertivos: nenhuma infração será tolerada e caso aconteça será remetida «às autoridades competentes».