Sociedade

Politécnico da Guarda lança novas iniciativas de apoio à saúde mental dos estudantes

Ipg 3986
Escrito por Efigénia Marques

O IPG tem Gabinete de Apoio Psicológico desde 2019 e vai diversificar a atuação. Alunos com necessidades educativas especiais e a redução do abandono escolar são prioridades.

O Instituto Politécnico da Guarda – IPG irá lançar um conjunto de iniciativas de valorização e apoio à saúde mental no seio académico, através do seu Gabinete de Apoio Psicológico – GAP, em funcionamento desde 2019. Além de estar a desenvolver uma série de workshops de sensibilização sobre saúde mental, o IPG criou o Espaço Diferença, orientado para a integração de alunos com necessidades educativas especiais, e o Peer Mentoring, projeto de mentoria para ajudar a mitigar o abandono escolar.
Odília Cavaco, docente do IPG, psicóloga, coordenadora do GAP e atual provedora do estudante, afirma que “no IPG há um forte compromisso para com a saúde dos estudantes: disponibilizamos apoio psicológico desde 2009 e temos diversificado o espectro das iniciativas tendo em vista chegar ao maior número de alunos possível”. Atualmente, o IPG dispõe de um espaço especialmente dedicado a consultas de psicologia, com uma regularidade semanal ou bissemanal, consoante as necessidades do estudante.
Esta é uma área em que o Politécnico da Guarda se distingue a nível nacional, uma vez que – segundo um estudo encomendado pelo Governo que foi divulgado há uma semana – “um quarto das instituições de ensino superior nacionais não dispõe de um serviço dedicado à promoção de saúde mental ou ao bem-estar psicológico das comunidades académicas”. Segundo o Programa para a Promoção de Saúde Mental no Ensino Superior, “as lacunas acentuam nas instituições do interior do país”, sendo o IPG uma exceção nesta matéria.
Os workshops anunciados pelo GAP do Politécnico da Guarda vão ser lançados ao longo do ano letivo e dividem-se em três categorias. Aprendizagem, com sessões direcionadas, por exemplo, à gestão de tempo e organização do estudo. Comportamentos de risco e prevenção. E saúde e bem-estar, com atividades sobre alimentação, sono e gestão financeira.
Está também prestes a ser lançado o Espaço Diferença, uma iniciativa dedicada ao apoio psicopedagógico de alunos com necessidades educativas especiais – tanto a nível relacional como de aprendizagem. Através de intervenções personalizadas individuais ou em grupo, ir-se-á aumentar a integração destes alunos na vida académica e promover o seu sucesso escolar. A iniciativa fornece também atividades para docentes que sintam dificuldade em relacionar-se com estes alunos.
“Gerir e comunicar com um aluno com necessidades especiais não é fácil”, afirma Odília Cavaco. “É por isso que o GAP dá apoio direto aos professores, formando-os para saberem lidar com as diferentes nuances envolvidas no processo de aprendizagem destes alunos: no verão passado, por exemplo, fizemos um workshop sobre autismo e epilepsia”.
Tendo em vista mitigar o abandono escolar, o IPG vai lançar o Peer Mentoring, projeto no qual estudantes de anos mais avançados fazem sessões de mentoria individuais com alunos de primeiro ano para que partilhem as suas dúvidas ou preocupações e se sintam mais acolhidos no meio académico.
O IPG prepara-se ainda para relançar o Espaço Partilha, direcionado a estudantes de ensino clínico, nomeadamente da licenciatura em Enfermagem. A iniciativa quer criar um espaço de partilha das dificuldades e emoções vivenciadas pelos estudantes no contexto de estágio, relacionadas com sofrimento e morte. “No estágio curricular não há espaço para os estudantes exprimirem e gerirem as suas emoções sem se sentirem avaliados. O Espaço Partilha é um espaço neutro, de reflexão e apoio”, afirma a coordenadora do GAP. A integração de atividades deste tipo nos meios clínicos tem vindo a crescer nos países europeus, como acontece na Suíça, onde é uma prática corrente.

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply