Sociedade

Plataforma insiste em cortar a A23 «se for necessário»

Escrito por Jornal O INTERIOR

Convocada assembleia cívica de indignação para 22 de outubro para serem definidas as ações de protesto a desenvolver no futuro

A Plataforma pela Reposição das SCUT na A23 e A25 não desmobiliza. Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa na Covilhã, Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco, afirmou que o grupo continua «a dizer que se for necessário cortar a A23, cortamo-la», para endurecer o protesto contra o pagamento de portagens.
O responsável sublinhou que o Governo não anunciou ainda, de forma oficial, nenhum adiamento da entrada em vigor dos descontos nas autoestradas do interior, pelo que prometeu esperar mais dois dias para verificar se a promessa das reduções é cumprida. «São dois dias que o Governo tem para cumprir, sendo certo que se nestes dois dias o Governo não der resposta cabal às nossas solicitações e não implementar qualquer modelo que inicie o processo de redução de portagens, até à abolição, à plataforma não resta outra alternativa senão adotar as medidas que se venham a mostrar absolutamente necessárias», avisou o dirigente sindical.

Este anúncio surge duas semanas após o “Jornal de Notícias” revelar que os descontos nas portagens das autoestradas do interior só iriam entrar em vigor no próximo ano. A notícia deixava implícito que a promessa do Governo de implementar as reduções progressivas das taxas no terceiro trimestre deste ano não se iria concretizar. O JN apresentava ainda um mapa dos troços de autoestradas que iriam beneficiar de descontos, mapa esse que não incluía a Guarda nas áreas sinalizadas. Este facto permitiu inferir que a Guarda seria excluída do regime – conforme noticiado por O INTERIOR no site –, mas a informação foi desmentida pelo JN no dia seguinte com a justificação de que se tratou de um «erro» cometido no grafismo do mapa. Agora, após a divulgação desta informação, a Plataforma vem contestar o silêncio do Governo em relação ao assunto.

O grupo refere que, apesar de considerar que o modelo anunciado é insuficiente – exigindo a abolição das taxas como única medida aceitável –, a vida «é feita de coisas concretas» e que, não «havendo cumprimento de promessas», não resta alternativa que não seja a «agudização da intervenção».Na conferência de imprensa foi, assim, anunciado que a primeira ação passa por realizar uma assembleia cívica de indignação para que possam ser definidas ações de protesto a desenvolver no futuro, tanto mais que se está «em fase de construção» do Orçamento de Estado para 2021. Esta atividade fica marcada para dia 22 de outubro, em local e hora a definir, com o movimento a apelar à participação dos cidadãos. O corte das vias poderá ser, nesta ocasião, uma medida avaliada pelos participantes pois a sociedade transmite que já deviam ter sido tomadas «atitudes mais fortes e acutilantes», segundo os responsáveis.

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