Sociedade

PCP considera que fogos mostram falta de resposta a questões estruturais

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Escrito por Efigénia Marques

O Partido Comunista Português (PCP) considera que os incêndios que têm atingido o país e a região da Serra da Estrela «evidenciam a falta de resposta a questões estruturais», como o abandono do mundo rural, e defende um comando nacional de bombeiros.
«São a consequência do abandono do mundo rural, da degradação dos serviços públicos, da destruição da pequena e média agricultura e pecuária, que resultam na desertificação e no despovoamento», lê-se numa nota dos secretariados das direções das organizações regionais de Castelo Branco e da Guarda. No comunicado, os comunistas referem que, no caso do incêndio na Serra da Estrela, o Estado «tem responsabilidades diretas» e «traz à evidência, não apenas a falácia da responsabilização individual em que o Governo assentou toda a sua retórica este Verão, mas também a falta de investimento na área da conservação da natureza».
«O PCP tem vindo a alertar para o evidente afastamento da gestão das áreas protegidas do território, que não pode ser combatido com mais desresponsabilização do Estado central, transferindo competências para as autarquias», adianta o partido, sustentando que «o caminho que se abriu com anos de política de direita fragilizou as estruturas públicas de gestão ambiental, que perderam trabalhadores e meios». Para os comunistas, «muitas das medidas decididas no seguimento das tragédias de 2017 continuam por concluir ou concretizar», apontando «o cadastro florestal, a criação das equipas de sapadores florestais, a reconstituição do corpo de guardas-florestais».
«Mas também medidas imprescindíveis no sentido de valorização do preço da madeira, o que impede a gestão ativa da floresta, a promoção do livre associativismo dos pequenos proprietários e o impulso adequado aos agrupamentos de baldios e aos projetos promovidos por baldios», considera o PCP, que tem vindo a «propor e reivindicar» os meios adequados e a coordenação necessária às forças de proteção civil, mas também a existência de um comando nacional de bombeiros, que são «o único agente de proteção civil que o não tem», além de regimes especiais de proteção dos bombeiros e aos trabalhadores das associações humanitárias.
As organizações regionais da Guarda e Castelo Branco adiantam ainda que vão agir com «os objetivos imediatos de responder aos problemas estruturais, garantir apoios efetivos aos lesados, compensações para os rendimentos perdidos na área florestal, agrícola e pecuária».

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Efigénia Marques

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