Sociedade

«Para mim, a jornada começa agora»

Escrito por Inês Gonçalves

Rita Rito, natural do Soito, participou na Jornadas Mundiais da Juventude, que decorreram no Panamá

Chama-se Rita Rito, tem 23 anos e é natural da vila raiana do Soito, no concelho do Sabugal. Pela quarta vez consecutiva, a jovem participou nas Jornadas Mundiais da Juventude. Começou em 2011 em Madrid, depois ao Rio de Janeiro em 2013, a Cracóvia em 2016 e este ano quis completar o «desejo pessoal» de ir ao Panamá participar naquele que considera o evento «mais marcante» da sua vida.
«Desde aprendizagens, até ao nível espiritual, a jornada tem servido bastante para ir alicercando a minha fé», admite Rita Rito, estudante de mestrado em Gestão, em Lisboa. O facto de ser natural de uma região marcada pela desertificação acaba, muitas vezes, por ser difícil «viver a fé com uma comunidade de jovens e sinto falta disso no Soito. Desde que vim para Lisboa, a situação atenuou e tenho mais dinamismo. A participação nas Jornadas é mais um motivo para viver a alegria da Igreja em comunidade», considera a jovem raiana. De Portugal deslocaram-se cerca de 300 jovens, que puderam ver o Papa em todas as celebrações do evento. Para Rita Rito, o encontro com o Papa é sempre «marcante, pois é um momento que tansmite alegria, serenidade e também as três verdades fundamentais: a esperança, a caridade e a paz», destaca. Este ano, o Papa Francisco falou num «discurso simples, mas emotivo». A mensagem que traz consigo foi o apelo para que «os jovens continuassem a ser ativos, não num futuro, mas no presente e, que agissem de um modo simples e concreto com amor para os outros e assim tornar a sociedade um pouco melhor».
Para a jovem participar nas Jornadas Mundiais da Juventude é «uma grande sorte, desde o conciliar recursos, até à disponibilidade para conseguir estar presente». Agora, de missão cumprida e coração cheio, a jovem agradece: «Estou de coração cheio, só tenho a agradecer. Para mim, a Jornada começa agora, vou pôr em prática no quotidiano tudo o que lá vivi. Tudo faz parte de uma experiência muito rica, pois vive-se intensamente», conta Rita Rito, para quem, este ano, a vigília foi «mais intensa e especial». O convívio com pessoas dos quatro cantos do mundo e com culturas diferentes também a fez viver novas experiências. No entanto, o que mais a impressionou foi a ambição dos panamianos em acolher bem os peregrinos. «O acolhimento foi extraordinário. Houve pessoas que renovaram casas e compraram camas de propósito para acolherem as pessoas que os visitavam. Havia ruas em construção e obras que não estavam concluídas, mas estava tudo a ser feito porque ia lá o Papa», refere Rita Rito.
Lisboa foi a cidade eleita para receber as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, em 2022. Será um grande acontecimento para Portugal e para os jovens portugueses. «Vai ser um evento que vai dar grande visibilidade ao país, mas também a nivel de transformação, dado que envolve muitas organizações e pessoas», reconhece a jovem do Soito.

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Inês Gonçalves

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