Sociedade

Pandemia levou a um aumento de doações de sangue

Escrito por Sofia Craveiro

Afluência de voluntários motivou mudanças na periodicidade das ações de recolha na Guarda e na Covilhã

A propagação de Covid-19 não se traduziu numa diminuição de doações de sangue na Guarda. «Antes pelo contrário», confirma o Instituto Português do Sangue e Transplantação de Coimbra (IPSTC).

Com a pandemia, a grande afluência de dadores – que já atingia a centena – levou a mudanças na periodicidade das recolhas, que agora se realizam duas vezes por mês (antes era apenas uma). O objetivo é, sobretudo, minimizar os tempos de espera dos voluntários e agilizar todo o processo. Segundo dados do IPSTC fornecidos a O INTERIOR, a última recolha de sangue na Guarda, realizada a 6 de julho, totalizou 28 colheitas, de um total de 34 inscritos. Este mês há mais uma recolha, pelo que o número total deverá aumentar.

Comparativamente, em julho do ano passado tinham sido realizadas 40 recolhas num universo de 59 inscritos. Estes números aparentam uma diminuição, mas essa interpretação não corresponde à verdade, pois, em 2019, a recolha era feita mensalmente (agora passou a ser quinzenalmente). Olhando para os números totais do primeiro semestre de 2019 e comparando-os ao período homólogo de 2020 o aumento é mais notório: em 2019 o Posto Avançado da Guarda tinha 426 dadores inscritos, sendo que 375 realizaram efetivamente doações. Este ano o número de inscritos subiu para 510 no total semestral, o que resultou doações de 459 pessoas.

De acordo com Helena Gonçalves, gestora do Processo da Colheita e responsável da Área da Colheita de Sangue Total, «os resultados são positivos, ainda para mais [considerando] que em 2020 englobam – a partir da segunda quinzena de Março até hoje – o período anormal de pandemia que estamos a viver».

A nova ação de recolha, na Guarda, está agendada para hoje, na Escola Superior de Saúde, das 10 às 13 horas e das 14h30 às 19 horas.

O aumento do número de doações também se verifica no Posto Avançado da Covilhã, local onde foram contabilizados, no primeiro semestre de 2019, 769 inscritos e 665 dadores “colhidos”. Este ano, entre 1 de janeiro e 30 de junho, houve 793 pessoas a inscreverem-se para dar sangue, sendo que 726 concretizaram a doação.

No que respeita aos dados mensais, em julho de 2019 realizaram-se 64 colheitas, de um total de 72 inscritos. Já no passado dia 2 foram feitas 52 colheitas, de um total de 60 inscritos, o que faz prever um aumento significativo quando considerada a quantidade total das duas sessões de julho (a próxima está marcada para esta quinta-feira, na Academia Sénior da Covilhã).

Sofia Craveiro

Sobre o autor

Sofia Craveiro

Leave a Reply