Sociedade

Órgão de tubos instalado na Sé da Guarda até ao final do ano

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Escrito por Carlos Gomes

Os contratos assinados com o Património Cultural I.P. têm como objetivo concluir os trabalhos para a instalação do imponente instrumento que está em fase adiantada de construção

A Sé Catedral da Guarda deverá receber, até ao final do ano, o novo órgão de tubos que está em fase adiantada de construção pelo organeiro francês Frederico Desmottes, em Espanha. Essa é a convicção do presidente da Câmara, Sérgio Costa.
Na semana passada decorreu a assinatura dos contratos de financiamento, no valor de 450 mil euros, entre o município, o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural e o Património Cultural, I.P. para a orientação da intervenção no órgão e respetivos trabalhos complementares, nomeadamente a construção da plataforma onde o instrumento será colocado. O presidente da autarquia considerou que «estamos no bom caminho para que, se Deus quiser, lá mais para o final do ano, possamos inaugurar, benzer e voltar a ouvir esta magnífica sonoridade que é o órgão de tubos». Sérgio Costa lembrou que a Sé da Guarda é «a única do país» que não dispõe de um órgão de tubos e classificou a assinatura do contrato como sendo um ato «importante para a cultura da Guarda, da diocese, mas também da região, do país e da Europa».
O autarca independente acrescentou que «hoje faz-se um pouco de história porque há séculos que não se ouve o órgão de tubos na Sé» e sublinhou tratar-se de «um projeto ambicioso em que muitos se empenharam ao longo de dezenas de anos e que nunca conseguiram fazer nada». O bispo da Guarda agradeceu ao município «o esforço que fez para que fossem superadas algumas dificuldades», havendo agora «caminho aberto e uma grande esperança porque este povo está à espera do órgão há décadas», afirmou D. Manuel Felício. Já o padre José Farinha, membro da comissão do órgão de tubos da Sé, declarou, à margem da assinatura dos contratos, que a construção do órgão está «numa fase muito adiantada, estarão concluídos 70 por cento dos trabalhos, mas ainda há muito a fazer».
Presente na cerimónia, a secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, referiu que «a reprogramação global do PRR veio beneficiar muito a componente do património cultural permitindo chegar a intervenções muito necessárias como esta do órgão na Sé da Guarda». O custo total é de mais de 900 mil euros. O investimento é repartido pelos fundos da União Europeia, Ministério da Cultura, Diocese da Guarda e município. Desde janeiro do ano passado que está a decorrer uma campanha de angariação de fundos denominada “Tubo a Tubo” com o objetivo de conseguir 300 mil euros, tendo já sido conseguidos 250 mil euros, revelou D. Manuel. Entretanto, no final da reunião quinzenal do executivo, realizada nesse dia, Sérgio Costa fez questão de salientar que, assinados os contratos, falta agora a respetiva rubrica orçamental para «podermos gastar o dinheiro e o órgão ser uma realidade».
O presidente do município criticou os vereadores da oposição de «leviandade» por terem chumbado o orçamento para 2024, «onde constava esta rubrica e outras importantes para a Guarda. Vamos ver como podemos ultrapassar a questão».
Com oito metros de altura e cinco de largura, o órgão de tubos terá 41 registos (sonoridades) e um total de 2.500 tubos. Vai pesar quase seis toneladas. Será instalado num varandim – cuja construção está contemplada nos contratos agora assinados – sobre a porta principal da Sé Catedral.

 

Carlos Gomes

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