Oreo, assim é o nome do famoso guaxinim, é inglês, mas vive atualmente em Penamacor. Na passada quinta-feira passou pela Guarda, de visita à clínica veterinária Vetlázaro, que celebrava nesse dia o seu primeiro aniversário.
Sendo pouco comum ver um guaxinim como animal de estimação Oreo surpreende por ser tão meigo e encantador. Enquanto que no platô assumia o papel de um rebelde estratega, na vida real os donos dizem não ser muito diferente. «É extremamente inteligente e gosta de investigar tudo o que é novo», revelam Sallie e John Bent. A participação de Oreo no filme surgiu a convite do próprio realizador James Gunn, «hoje são grandes amigos», garantem os donos. De forma a ajudar a criar a personagem, foram estudados «os movimentos, expressões e comportamento de Oreo», adiantou o casal britânico, que garante que foi «uma experiência maravilhosa. O Oreo desfrutou imenso». Foi há cerca de dois anos e meio que a veterinária Filipa Almeida se cruzou com o famoso guaxinim, depois de Sallie e John se encantarem pelas Beiras e trocarem a movimentada Londres pela pacata Penamacor. «Aqui podemos dar outra qualidade de vida aos nossos animais», justificam, sendo o clima e a tranquilidade alguns dos fatores que pesaram na decisão.
Das luzes da ribalta de Londres para a Beira Interior, Oreo passou a ser seguido pela equipa de veterinários da Consulázaro, em Castelo Branco, que integra o projeto APAAE, que mais tarde abriu a Vetlázaro, na Guarda, cuja responsável é Filipa Almeida. Quando a médica veterinária guardense começou a cuidar do Oreo «não sabia que era uma estrela de cinema», lembrando que «sempre foi um animal muito simpático e visivelmente bem cuidado». Filipa Almeida não poupa elogios aos donos de Oreo «são muito estudiosos e sabem muito sobre o animal». Naquele dia, a sua deslocação à Vetlázaro foi por causa de um dente: «Tinha uma pequena acumulação de tártaro, nada de especial e em muitos casos como este os donos nem se apercebiam», refere.
APAAE presta cuidados médicos a preços «justos»
A Associação de Proteção ao Animal Errante (APAAE) nasceu há 20 anos em Castelo Branco e há cinco anos, na mesma cidade foi criado o primeiro centro médico-veterinário. Há um ano, expandiram o conceito até à Guarda. O objetivo das duas clínicas é que «o maior número de pessoas possa ter acesso à posse de um animal, sem isso se tornar uma situação insustentável», refere a promotora do projeto. Rosarinho Almeida acredita que assim será possível «contribuirmos para que haja também mais adoções e para que em vez de um animal, possam ter mais, pois é possível pagar cuidados médico-veterinários de alta qualidade a preços justos». Sem fins lucrativos a APAAE tenta praticar «preços justos» e todo com o excedente que possa vir a ter «ajudamos animais de rua».
A Vetlázaro pratica há um ano na Guarda «atendimento solidário, porque é para todos os animais e para todos os dono», afirma Filipa Almeida, que no mesmo espaço tem um cantinho da adoção, e ao mesmo tempo, na sala ao lado, uma estrela de cinema, «um consultório transversal a todos» sublinha.