Sociedade

Ordem critica «desvalorização» do hospital da Guarda

Escrito por Jornal O INTERIOR

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos vai pedir aos novos médicos que não permitam que haja «uma população de primeira e outra de segunda», independentemente do hospital em que estejam a ser tratados.

«Por os doentes estarem na Guarda, na Covilhã ou em Castelo Branco não têm menos direito à saúde do que aqueles que estão em Coimbra, em Viseu ou em Aveiro. Os direitos são exatamente os mesmos e os médicos têm de os fomentar», diz Carlos Cortes, que deixou este apelo na terça-feira, em Coimbra, durante o Juramento de Hipócrates, que, pela primeira vez, foi feito online e juntou cerca 400 médicos formados na Universidade de Coimbra e na Universidade da Beira Interior (Covilhã). No seu discurso, o dirigente lamentou que na região Centro, «nos últimos anos, tenha havido uma desvalorização de alguns hospitais, fundamentalmente dos da Guarda e de Castelo Branco, que têm sido completamente esquecidos». E exemplificou com atrasos nas nomeações para os conselhos de administração, a perda de valências e a falta de colocação de profissionais.

«Isto demonstra bem que o poder político desvaloriza as populações do interior», mas «os médicos não querem acompanhar esta desvalorização», garante Carlos Cortes, para quem a pandemia da Covid-19 tem implicado «um esforço enorme» dos clínicos, a quem apelou à sua «consciência cívica na sua participação no sistema de saúde», não bastando apenas serem bons clínicos e terem capacidade técnico-científica. «Os médicos têm de voltar a ter essa responsabilidade, porque já está mais do que provado a nível internacional que, quando eles lideram, os resultados em saúde são sempre muito superiores», sublinha o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

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