Sociedade

Novo órgão de tubos da Sé da Guarda vai custar mais de 930 mil euros

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Escrito por Efigénia Marques

Instrumento vai ser construído por uma empresa espanhola do organeiro francês Frederico Desmottes e deverá estar pronto em novembro de 2023

A Sé Catedral da Guarda vai deixar de ser a única do país que não possui um órgão de tubos. O imponente instrumento musical será construído por uma empresa espanhola do organeiro francês Frederico Desmottes e ficará instalado ao fundo da nave central, num investimento superior a 930 mil euros. O órgão de tubos deverá ficar pronto em novembro de 2023.
Na sessão pública de apresentação e adjudicação do projeto, realizada na sexta-feira, a diretora regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, disse que do investimento global, «cerca de 750 mil serão financiados no âmbito do Programa Operacional Regional Centro 2020 e o restante com orçamento próprio da Direção Regional de Cultura, Diocese da Guarda e municípios da CIMBSE, nomeadamente o da Guarda». A responsável acrescentou que o valor total é referente «não só à reconstrução do órgão, como também à criação da plataforma de suporte que o vai sustentar», ao fundo da nave central da Sé. A diretora regional lembrou também que a construção do órgão de tubos «é uma antiga pretensão da Diocese» e que no novo instrumento serão inseridos «elementos decorativos e mecânicos» do antigo, de talha dourada, que existiu na catedral da cidade mais alta e que foi desmantelado no início do século passado, durante obras de restauro.
«Estamos a falar de um novo ativo cultural que se integra, em toda a sua extensão, naquela que é a estratégia da Direção Regional de Cultura para a próxima década no que diz respeito à promoção e divulgação cultural», num processo que foi concluído após «três complexas candidaturas» e da realização de «quatro exigentes» concursos internacionais. Susana Menezes salientou ainda o «complexo, rigoroso e muito exigente processo de trabalho, que não se poderá compadecer com qualquer tipo de entrave ou atraso, seja de natureza administrativa ou técnica». Por sua vez, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, afirmou tratar-se de «um processo de enorme inteligência com a reposição de peças do antigo órgão, permitindo recuperar tudo aquilo que foi destruído».
Também o Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, destacou que a reconstrução do órgão de tubos «é um sonho» que persistiu ao longo de dois séculos e que será agora uma «realidade importante não só para o culto religioso, como também para o panorama cultural da região», tendo elogiado «a importante colaboração» das várias instituições para «levar o sonho ao seu cumprimento». Já o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, disse esperar que o futuro órgão de tubos da Sé seja «mais um fator de atração cultural para a cidade e toda a região» e que a Catedral irá «finalmente receber a peça que faltava neste magnífico e belo monumento».
A construção de um órgão de tubos resulta de um entendimento entre a Diocese, a Câmara da Guarda e a DRCC na sequência do então presidente da autarquia Álvaro Amaro ter anunciado, em dezembro de 2018, a intenção de reconstruir o antigo órgão de tubos da catedral através da incorporação das peças do instrumento que estão depositadas no Seminário local. Para tal, o município decidiu abdicar de cerca de 340 mil euros previstos no Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela para financiar a aquisição do órgão. O primeiro procedimento concursal tinha um preço base de 500 mil euros, mas ficou deserto.

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Efigénia Marques

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