Sociedade

Muitos guardenses aderiram ao circo na Guarda

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Escrito por Efigénia Marques

No pico da pandemia os espetáculos de circo foram impedidos de se realizar, mas «ultimamente o público já voltou a aderir»

O Circo Cláudio chegou à Guarda no passado sábado para apresentar um espetáculo com malabaristas, acrobatas, “mulher-laser”, “autotransformer”, palhaços e muito mais.
Nos dias que correm as pessoas não aderem tanto ao circo e os espetáculos já não são tantos como há alguns anos. A vida do circo não é fácil. No caso do Circo Cláudio, correm o país de norte a sul e as condições de vida nem sempre são as melhores, mas «ainda há quem queira manter viva esta arte», contou Susana Noronha, membro e apresentadora do Circo Cláudio.
«Estamos um bocado abandonados a nível de Governo. O circo sobrevive à custa de quem vive nisto, de quem tem amor à arte e do público, que ainda gosta e ainda traz os filhos, porque de outra forma o circo morre», disse Susana Noronha a O INTERIOR. Quem trabalha naquele que já foi considerado o maior espetáculo do mundo são habitualmente famílias inteiras, que mantêm a tradição de geração em geração. «Há muitas pessoas de fora a querer trabalhar no circo, mas não se adaptam. Esta vida é andar de terra em terra e viver nas caravanas. Não é qualquer pessoa que vem para o circo, normalmente os que ficam já nasceram no circo», acrescenta Susana Noronha.
É o caso de Pepito, de 5 anos, que é palhaço e “faz tudo”, e da acrobata Kiara, de 10 anos, que nasceram no circo e são os elementos mais novos do Circo Cláudio, onde há gente de todas as idades. «Desde pequenina que faço números. Comecei a fazer de palhaço com 4 ou 5 anos, quando comecei a trabalhar aqui. Eu já estou habituada a esta vida e gosto muito do que faço», garante Kiara, que domina a corda vertical num número seguido com preocupação e admiração por alguns dos espectadores da sessão de sábado à tarde. Nos últimos anos, devido à pandemia da Covid-19, os espetáculos de circo não se realizaram, mas Susana Noronha confirma que o público já voltou a aderir. «Fomos os mais massacrados e sem apoios, ficámos esquecidos e abandonados durante a pandemia. Mas este ano o público já tem aderido desde que os circos voltaram a abrir», reconhece a apresentadora do Circo Cláudio, que está na zona da feira quinzenal até ao próximo fim de semana.
Quanto ao público da sessão de sábado foi unânime ao dizer ter sido «uma boa tarde de circo». Alguns espectadores ouvidos por O INTERIOR confirmaram que já não vinham ao circo «pelo menos desde antes da pandemia», outros já nem souberam dizer quando foi a última vez. Os mais entusiasmados foram, sem dúvida, os mais pequenos, que prometeram «voltar de novo» quando o circo regressar à cidade mais alta. «Foi muito divertido, adorei o espetáculo», garantiu um deles.

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Efigénia Marques

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