Odete Santos, antiga deputada do PCP, morreu esta quarta-feira aos 82 anos, informou o partido. Natural de Pêga, no concelho da Guarda, para onde regressava ocasionalmente após deixar o Parlamento em 2007, a histórica dirigente comunista foi colunista de O INTERIOR e chegou a participar no espetáculo do “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo”, na Guarda, em 2009.
«Mulher de Abril, destacada deputada e dirigente comunista», enalteceu o PCP numa nota em que anunciou o falecimento de Odete Santos, que era membro do partido desde 1974, tendo integrado a Comissão Concelhia de Setúbal, a Direção da Organização Regional de Setúbal e o Comité Central do PCP, do qual fez parte de 2000 a 2012. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo exercido advocacia durante anos.
Foi deputada da Assembleia da República, de novembro de 1980 a abril de 2007. «Destacou-se em áreas dos Direitos, Liberdades e Garantias, na defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos das mulheres», lembra o PCP, destacando a sua intervenção «na conquista de novos direitos para as mulheres, nomeadamente o combate ao aborto clandestino e pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez de que foi principal rosto na Assembleia da República».
É autora dos livros “Em Maio há cerejas” (Ausência, 2003) e “A Bruxa Hipátia – o cérebro tem sexo?” (Página a Página, 2010), e de uma coletânea de poesia (jornal “Público”) “A argamassa dos poemas”, onde, através de autores que «amava», prestou homenagem «aos que fizeram da poesia uma das mais belas e fortes armas de intervenção», recorda o PCP.