Sociedade

Ministra do Trabalho quer «minimizar» despedimentos na Dura

Escrito por Luís Martins

Ana Mendes Godinho reuniu com comissão de trabalhadores e garantiu que o Governo está «a trabalhar na continuidade da empresa e a encontrar soluções para todos os trabalhadores»

No seu primeiro ato oficial como ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho reuniu no sábado, na Guarda, com a comissão de trabalhadores da Dura Automotive.

O encontro realizado no edifício do antigo Governo Civil contou com a participação da secretária de Estado da Ação Social, Rita Cunha Mendes, e do deputado socialista eleito pelo círculo da Guarda, Santinho Pacheco.

No final, Ana Mendes Godinho disse aos jornalistas que o objetivo do Governo é «tentar minimizar ao máximo o número de pessoas que possam ser afetadas pelo despedimento coletivo» e garantir, juntamente com a administração da multinacional, a manutenção em Vila Cortês do Mondego da fábrica de componentes para automóveis com novas encomendas e projetos. Nesse sentido, vão prosseguir as reuniões do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante, com a empresa. «Neste momento estamos a trabalhar na continuidade da empresa e a encontrar soluções para todos os trabalhadores envolvidos, os que vão sair e os que se mantêm», acrescentou a ministra, lembrando que «o cenário há três meses era de encerramento da fábrica».

A reunião na Guarda foi justificada como sendo «um sinal deste ser um Governo que está sempre presente, em todas as situações». Paulo Ferreira, da comissão de trabalhadores da Dura, afirmou que o encontro foi «muito proveitoso» e «dá-nos um grande entusiasmo para continuarmos a nossa luta na defesa dos trabalhadores». «Fizemos um ponto de situação. O nosso primeiro objetivo é conseguir minimizar o número de pessoas que terão que ser dispensadas e depois tentar melhorar a situação de quem vai sair, nomeadamente na indemnização e no apoio por parte da Segurança Social e do IEFP», acrescentou Paulo Ferreira. O porta-voz da comissão adiantou que ainda não houve despedimentos, nem sabe quando acontecerão, desconhecendo por enquanto os critérios que a empresa vai adotar para concretizar a medida.
«O cenário é desolador. Temos cerca de 60 a 70 pessoas que não têm trabalho e que a empresa está a tentar ocupar com formações e de diversas formas», acrescentou Paulo Ferreira. Nestes últimos dias a comissão de trabalhadores foi posta em causa e chegou a ameaçar demitir-se, mas os seus três elementos foram reconduzidos num plenário realizado na manhã desta segunda-feira.

Conforme noticiou O INTERIOR na última edição, está previsto o despedimento de 66 trabalhadores e continuidade de 91 pessoas na fábrica de Vila Cortês do Mondego, que perdeu o seu principal cliente na semana passada.

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Luís Martins

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