Sociedade

Marta Temido demitiu-se porque «deixou de ter condições» para ser ministra da Saúde

Escrito por Luís Martins

Marta Temido já não é ministra da Saúde. A governante apresentou a demissão na noite desta segunda-feira alegando que «deixou de ter condições para se manter no cargo», tendo a decisão sido divulgada pelo Ministério da Saúde durante a madrugada.

A demissão foi aceite pelo primeiro-ministro que, numa nota oficial, «agradece o trabalho desenvolvido» pela ministra demissionária, em especial no período de combate à pandemia de Covid-19 e revela que o Presidente da República já foi informado da demissão.

Num comunicado de apenas três parágrafos, António Costa termina dizendo que o Governo prosseguirá as reformas «em curso», tendo em vista «fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde» prestados aos portugueses.

A notícia da demissão surge poucas horas depois da morte de uma grávida enquanto era transferida do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte-Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier, por ausência de vagas no serviço de neonatologia. Acontece também num momento em que não faltam críticas ao funcionamento do sector da Saúde, em particular nas urgências hospitalares e dois meses depois do primeiro-ministro ter admitido num debate parlamentar a existência de falhas «inaceitáveis» no SNS.

Marta Temido ocupava o cargo de ministra da Saúde desde 2018 e a sua substituição «não será rápida», disse à agência Lusa fonte próxima do primeiro-ministro, adiantando que António Costa gostaria que fosse a ministra demissionária a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS, uma «peça central da reforma iniciada com a aprovação do Estatuto em julho passado».

A aprovação «só estava prevista para o Conselho de Ministro de dia 15» e primeiro-ministro receia que a substituição no ministério «atrase a aprovação» de um diploma que considera essencial, acrescentou a mesma fonte.

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