Perto de 500 pessoas já fizeram a leitura da íris na Guarda. O que é isto? É um procedimento através de uma câmara que, como o próprio nome indica, tira uma fotografia à parte circular do olho humano e, em troca, recebe Worldcoin, isto é, moedas virtuais que depois pode trocar pela moeda corrente – o euro.
O assunto tem gerado muita polémica com especialistas a apontar o dedo a este processo tendo em conta a proteção de dados. Os promotores garantem que não há problema, mas pelo sim pelo não convém obter toda a informação sobre este tema. Em alguns países, como Espanha por exemplo, esta leitura da íris já foi proibida, mas cá em Portugal não há impedimentos. E o processo já chegou à Cidade da Guarda onde dezenas de pessoas já se deslocaram ao centro comercial La Vie para aderirem.
Uma das colaboradoras do serviço, Betânia Lopes, explica que a pessoa «descarrega a aplicação no telemóvel e ficam disponíveis 10 moedas (que podem ser levantadas em 24 horas)». Ao longo de um ano os utilizadores «recebem 74 moedas, uma vez que a cada duas semanas recebem 3 moedas». À data de hoje uma moeda worldcoin corresponde a 7,88 euros. A colaboradora adianta que a digitalização da íris serve apenas para «aderir» à WorldCoin e garante que os «dados biométricos não são usados para mais nada».
Mesmo que o processo esteja a decorrer sem entraves, a DECO PROTESTE já veio alertar que «o maior risco que existe é a perda do controlo sobre os dados concedidos». Como a Worldcoin «não revela se e de que maneira apaga os dados após a sua recolha, os titulares dos dados pessoais ficam à mercê de tudo o que a mesma possa fazer com eles», ou seja, «se as imagens da íris forem vendidas a terceiros, podem mesmo ir parar às mãos criminosas, permitindo, por exemplo, o acesso a dados bancários ou a serviços de saúde».
Saiba mais na próxima edição do jornal O INTERIOR.
