Sociedade

Guarda: Lajedo de granito na Rua da Torre criticado

Escrito por Jornal O Interior

Substituição da “calçada à portuguesa” por pavimento «inadequado» junto à Torre dos Ferreiros, no centro histórico da Guarda, já deu origem a petição pública

A substituição da calçada da Rua da Torre dos Ferreiros, no centro histórico da Guarda, por lajes de granito similares às existentes na Praça Velha está a ser contestada pelos munícipes. A situação foi denunciada na semana passada e gerou polémica nas redes sociais e a criação de uma petição pela reposição do pavimento.

A intervenção integra a empreitada de requalificação da Torre dos Ferreiros, que inclui a instalação de um elevador exterior, rampas de acesso a essa estrutura, bem como a beneficiação do acesso interior por escada e a retirada de sirenes e de estações meteorológicas do topo do monumento nacional. A petição pública – disponível no endereço http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT96229 – sustenta que as recentes alterações no pavimento existente no início da Rua da Torre é «um atentado patrimonial, bem como um total desrespeito pelo caráter identitário da zona histórica» da Guarda. Os signatários alegam ainda que as lajes poderão constituir «um perigo com gelo e chuva», como acontece, nomeadamente, na Praça Velha e nas Portas do Sol. «Devemos cuidar do que existe e a calçada à portuguesa é um traço bem distintivo da nossa cidade!», consideram ainda, argumentando que «no momento em que a Guarda apresenta uma candidatura a “Capital Europeia da Cultura”, não nos parece que retirar os traços que nos identificam como cidade centenária e histórica sejam uma boa opção».

Câmara da Guarda diz que se trata de uma «solução técnica» aprovada pelas entidades competentes

Para o presidente da Câmara, o que está em curso naquela rua do centro histórico é «uma solução técnica que vai enquadrar lajedo na futura requalificação da Rua Tenente Valadim e já foi aplicada na Praça Velha e nas Portas do Sol». Carlos Chaves Monteiro sublinha que a Divisão de Património e Salvaguarda da Direção Regional de Cultura do Centro «não contestou» esta solução. «É uma questão estética, não fere em nada o monumento, caso contrário a aplicação deste lajedo tinha sido chumbada», acrescenta o edil, que acrescenta que «o presidente da Câmara não se rege pelas redes sociais e está disponível para receber as pessoas». De resto, Chaves Monteiro adiantou que as alterações exigidas pela entidade competente às dimensões do edifício de apoio ao elevador – que transportará os visitantes para o miradouro do topo da torre – foram feitas e estão autorizadas, encontrando-se o mesmo já em construção.

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