Sociedade

IPG projeta residência de estudantes para a entrada do campus

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Escrito por Efigénia Marques

Unidade terá mais de 200 quartos individuais e representará um investimento superior a 6 milhões de euros, financiados pelo PRR

A “manifestação de interesse” para a construção de uma nova residência para estudantes no campus do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) será entregue até final deste mês. O projeto representará um investimento superior a 6 milhões de euros, financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).
O presidente do IPG, Joaquim Brigas, confirma a O INTERIOR que o estudo prévio do edifício está concluído «há alguns meses» e será uma residência para um pouco mais de 200 quartos individuais. A estrutura vai ser construída «logo à entrada do campus do Politécnico, a seguir ao edifício da Associação Académica, facilitando bastante a vida aos estudantes que ali vierem a alojar-se», destaca o responsável. Quanto ao valor do investimento, o professor garante que «está tudo dentro dos parâmetros previstos, que permitem a construção sem sobressaltos, se for respeitado aquilo que está nos avisos. São valores que foram analisados pela equipa de engenheiros, que considerou serem suficientes para a execução da obra».
Durante alguns anos esteve em cima da mesa a possibilidade de requalificação da antiga Pousada da Juventude, na Avenida Alexandre Herculano, mas Joaquim Brigas adianta que essa «já foi uma prioridade, mas tivemos que partir para alternativas porque não podemos estar dependentes de situações que ponham em causa o alojamento dos estudantes num futuro próximo». Além disso, «temos efetivamente que apresentar soluções e não apenas propostas que não têm um resultado objetivo num espaço de tempo previsível e relativamente curto», sublinha.
A construção de um edifício de raiz tem, segundo Joaquim Brigas, outra vantagem, porque «não haverá terceiros que dificultem ou não permitam que em tempo útil as coisas sejam feitas e nesta opção não existem estes obstáculos. Já passou muito tempo. Estivemos à espera de soluções e até ao momento nada foi conseguido», lamenta o presidente do IPG. De resto, «há outros estudos em curso para eventual “manifestação de interesse” junto da tutela, em parceria com alguns autarcas, no sentido de serem concretizados outros investimentos deste género, mas este ainda não é o momento para falar desses projetos, que serão anunciados quando surgirem os respetivos avisos».
Um desses investimentos deverá surgir em Seia, onde existe a Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH) e onde também poderá ser construída uma residência de estudantes.
O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, descreveu como «grande desafio» o objetivo de conseguir mais 15 mil camas em alojamentos para estudantes até meados de 2026. O investimento total do Plano de Recuperação e Resiliência destinado ao Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior é de 375 milhões de euros. Para este ano, anuncia-se um investimento de perto de 85 milhões de euros. Em declarações a O INTERIOR, Joaquim Brigas também abordou a questão do financiamento das instituições de ensino superior. «A informação que chegou da Comissão Permanente do Concelho Coordenador das Instituições de Ensino Superior Politécnico (CCISP), depois de uma reunião com o primeiro-ministro, é a de que haverá reforço de financiamento, uma vez que foi assinado, em tempos, um acordo de legislatura com António Costa, que previa um aumento de 2 por cento ao ano, por isso, vamos ver o que irá sair do novo governo em abril», afirma.
O presidente do IPG espera ainda que do novo Governo conste «um ministério autónomo» para o ensino superior, que «continue a apostar no desenvolvimento das instituições do interior e que permita investigação, interação e colaboração com as empresas» para aumentar a coesão destes territórios.

 

Carlos Gomes

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Efigénia Marques

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