Sociedade

IPG com mais 35 vagas, UBI sem alterações

Na primeira fase de candidaturas, que abriu esta quarta-feira, o IPG dispõe de 734 vagas, mais 35 que no ano letivo transato. Já na UBI o número de vagas mantém-se nas 1.307 apesar da existência de uma nova licenciatura.

Para o próximo ano letivo o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) conta com um total de 734 vagas na primeira fase de candidaturas, de acordo com informação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Há, assim, um aumento de 35 vagas relativamente ao ano passado, quando abriram 699 lugares no Politécnico guardense. Na altura, menos de metade das vagas foram preenchidas, tendo ingressado apenas 384 alunos na Guarda.
No IPG entre os cursos com maior número de vagas estão Comunicação Multimédia, Comunicação e Relações Públicas, que mantiveram os 50 lugares (cada) e Desporto, que continua a disponibilizar 55 lugares para preencher. Engenharia Informática, passou de 46 para 61 vagas e Enfermagem sofreu um aumento de 26 vagas (de 74 passou para 100). Este é o curso que teve o maior aumento registado no Politécnico, sendo a terceira licenciatura com maior crescimento a nível nacional. Educação Básica, Engenharia Civil e Engenharia Topográfica mantêm o número de vagas inalterado (23, 24 e 20 vagas, respetivamente), apesar de não terem ganho nenhum aluno no ano passado. A intenção inicial de aumentar as vagas em cinco por cento nas licenciaturas de Gestão, Comunicação e Relações Públicas, e Enfermagem – conforme disse anteriormente Joaquim Brigas, presidente do IPG, a O INTERIOR – apenas se verificou na área ligada à saúde. Os restantes dois cursos mantiveram as vagas do ano passado (50 e 45 vagas, respetivamente).
O responsável do Instituto afirma que «gostaríamos de aumentar as vagas nestas áreas, que possuem uma grande percentagem de procura e empregabilidade, contudo não nos foi permitido pelas entidades competentes». Joaquim Brigas lamenta mesmo que «as propostas de aumento não são distribuídas à vontade da instituição». O despacho publicado em junho em “Diário da República” definiu que universidades e politécnicos de regiões «com menor pressão demográfica» podiam «aumentar o número total de vagas fixadas para o concurso nacional de acesso até 5 por cento» face ao ano letivo anterior, desde que as mesmas fossem fixadas em ciclos de estudos direcionados à «formação em competências digitais e ciências de dados», ou que sejam «considerados estratégicos para a especialização da instituição». Ficou ainda definido o aumento entre 5 a 15 por cento de vagas em que o «índice de excelência dos candidatos» seja «igual ou superior a 100».

UBI preferiu não aumentar vagas

Se no IPG há um crescimento das vagas, o mesmo não se verifica na Universidade da Beira Interior (UBI), onde, embora existam alterações de vagas em vários cursos, o número global mantém-se. Assim, há 1.307 vagas para licenciaturas e mestrados integrados. Este é exatamente o mesmo número do ano passado, apesar de existir uma nova licenciatura nesta instituição. O curso com o maior número de lugares a preencher é Medicina, com um total de 140 vagas. Ciências Biomédicas, Ciências do Desporto e Ciências Farmacêuticas estão entre os cursos com maior abrangência de vagas, tendo 60 cada. Estes cursos são ultrapassados apenas por Engenharia Informática (70 vagas, mais cinco que no ano passado) e Gestão (que passou de 60 para 65). Além destes aumentos, também o curso de Optometria e Ciências da Visão ganhou mais dez lugares (passou de 25 para 35). Por sua vez, Engenharia Civil, não obteve qualquer colocado no ano transato, diminuiu as vagas de 25 para 20. Matemática e Aplicações, a nova licenciatura da UBI, arranca com 20 vagas.
O vice-reitor João Canavilhas explica que, apesar de ser possível «aumentar as vagas em áreas estratégicas, considerámos que esse aumento poderia afetar a qualidade de ensino». O responsável acrescenta que «estamos no limite em termos de recursos humanos e espaço disponível», razão pela qual «optámos por deslocar vagas de outros cursos» para poder iniciar a nova formação em Matemática e Aplicações. Segundo João Canavilhas, esta área de estudos «não possui mais oferta em toda a região do interior e por isso foi para nós mais importante responder a essa necessidade».

Vagas aumentam no Porto, mas diminuem em Lisboa

Este ano, a lei admite o aumento de vagas nas zonas de Lisboa e Porto, em cursos em que a procura seja superior à oferta, de acordo com o mérito dos candidatos.
Apesar desta mudança legislativa, as universidades de Lisboa tiveram, de uma forma geral, uma diminuição no número de lugares disponíveis para a primeira fase de candidaturas no ano letivo de 2019/2020, num total de menos 52. Na Universidade de Lisboa há menos 35 vagas, passando de 7.278 existentes no ano passado, para 7.243. Na Universidade Nova da capital passou-se de 2.571 para 2.559 vagas. O Instituto Politécnico de Lisboa sofreu um decréscimo de 55 vagas (passando de 2.598 para 2.543) e na Escola Superior de Enfermagem foram mantidas as 285 vagas existentes no ano transato. Apenas no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) se verifica um aumento de 62 vagas, passando de 1.047 para 1.109 lugares a preencher com novos alunos.
No caso do Porto a Universidade da cidade invicta aumentou de 3.976 para 4.031 as vagas do novo ano letivo. Um ganho de 55 posições para preencher. Pelo contrário, o Instituto Politécnico do Porto perdeu 43 vagas e passou de 3.055 para 3.012. A Escola Superior de Enfermagem da cidade nortenha manteve o número de 257 vagas. 2019 é o ano com o maior número de vagas disponíveis desde 2014 quando foram abertos 51.426 lugares em cursos do ensino superior, estando disponíveis 51.568 vagas no total nacional.
As candidaturas decorrem online através do site da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) e requerem uma senha de acesso ou autenticação com o Cartão do Cidadão. O prazo da primeira fase de candidaturas teve início esta quarta-feira e prolonga-se até 6 de agosto.

Sofia Craveiro

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