Sociedade

Hotel Turismo da Guarda a concurso pela quarta vez

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Escrito por Efigénia Marques

Imóvel será concessionado por 50 anos para exploração com fins turísticos por uma renda mínima anual de 35.317 euros

A concessão e gestão do Hotel Turismo da Guarda está novamente a concurso. O procedimento vai ser relançado no âmbito do programa REVIVE e aguarda publicação no “Diário da República” e no Jornal Oficial.
Devoluto desde 2012, o edifício foi um dos primeiros imóveis colocados a concurso, tendo sido assinado, em maio de 2018, um contrato de concessão para a recuperação e exploração deste imóvel pelo consórcio composto pelas sociedades MRG Property e MRG – Construction. Contudo, o projeto não avançou devido às dificuldades financeiras que o grupo empresarial enfrentou entretanto. Em consequência, o contrato foi revogado, sendo agora lançado novo concurso para dar, finalmente, uma nova vida a este emblemático edifício da cidade mais alta projetado em 1936 pelo arquiteto Vasco Regaleira. O imóvel será concessionado por 50 anos para exploração com fins turísticos, por uma renda mínima anual de 35.317,80 euros, adiantou o gabinete do ministro de Estado, da Economia e Transição Digital em comunicado enviado a O INTERIOR.
Os investidores interessados têm um prazo de 120 dias para apresentar propostas que, além da recuperação do edifício, promovam a sua valorização através da exploração turística e contribuam para atrair turistas para a região e para gerar novas dinâmicas na economia local. O Hotel Turismo da Guarda foi um dos 33 imóveis do lote inicial do programa REVIVE, uma iniciativa dos Ministérios da Economia, da Cultura, das Finanças e da Defesa, que conta com a colaboração das autarquias locais e a coordenação do Turismo de Portugal, e pretende recuperar e valorizar património público devoluto e reforçar a atratividade dos destinos regionais. Atualmente, o programa integra um total de 52 imóveis, 22 deles em territórios de baixa densidade.
Quem já comentou a abertura deste novo procedimento, o quarto, foi o presidente da Câmara da Guarda. «Tendo flexibilizado mais os requisitos e as exigências legais e também financeiras, e com a procura que há hoje dos territórios do interior e no nosso em especial, entendemos que é viável pegar neste Hotel de Turismo que tem características únicas e de uma beleza que é relevante para promover esta infraestrutura», declarou Carlos Chaves Monteiro. O edil acredita que haverá interessados, uma vez que «as condições são adequadas», e disse-se mesmo esperançado que, «é desta vez que o Hotel de Turismo vai abrir portas». De resto, revelou que alguns investidores já demonstraram interesse no projeto. Como a autarquia tem um elemento no júri do concurso, irá acompanhar «de forma muito direta e com muito interesse que se encontre uma solução definitiva» para a antiga unidade hoteleira da cidade mais alta.

Edifício reavaliado em 1,5 milhões de euros

Situado no centro da Guarda, o Hotel Turismo tinha sido reavaliado em 1,5 milhões de euros no ano de 2017.
Desenhado por Vasco Regaleira, o hotel foi vendido em maio de 2011 ao Turismo de Portugal por 3,5 milhões de euros para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel. Em 2015, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do imóvel que ficou deserta. Posteriormente, o edifício foi novamente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas a empresa interessada no negócio desistiu. Em 2018, o consórcio formado pelas sociedades MRG Property e MRG – Construction venceu o terceiro concurso público, que também não resultou devido às dificuldades financeiras do grupo empresarial. A unidade fechou portas em novembro de 2010, pouco depois da Assembleia Municipal ter decidido a dissolução da Sociedade Hotel Turismo e a venda do imóvel ao Turismo de Portugal.

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Efigénia Marques

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