Sociedade

Francisco Pinto Balsemão vai ser “cidadão honorário” da Guarda

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Escrito por Efigénia Marques

Apoios extraordinários a associações desportivas, elaboração do plano de urbanização do Vale de São Francisco e Passadiços do Mondego estiveram em destaque na reunião de Câmara desta segunda-feira.

O presidente do grupo Impresa vai ser receber a Medalha de Honra Grau Ouro do município da Guarda. A decisão foi aprovada por unanimidade na reunião da Câmara desta segunda-feira.
Sérgio Costa, autarca guardense, justificou a distinção pelos feitos da família Balsemão na cidade mais alta e «por todo o percurso que Francisco Pinto Balsemão fez ao nível político no nosso país e também ao nível empresarial. E quando estamos a comemorar os 50 anos de existência do “Expresso” tomamos esta decisão de agraciar Francisco Pinto Balsemão, que passará agora a ser cidadão honorário da Guarda». Carlos Chaves Monteiro (PSD) concordou e considerou que o empresário da comunicação social é «uma figura nacional que tem as suas origens na Guarda, que é uma cidade de referência para ele. Apesar de ter fundado o “Expresso” e não só, foi também um exímio político da nossa democracia e ainda é hoje um grande empresário». Já Luís Couto (PS) afirmou que esta é uma homenagem «justa», não só pelos feitos de Francisco Pinto Balsemão, mas também pelo «caráter solidário» da sua família, que «acabou por doar património com algum vulto à Guarda». A entrega da Medalha de Honra a Francisco Pinto Balsemão está inserida nas comemorações do 25 de Abril.
Na reunião quinzenal desta segunda-feira, onde todos os pontos foram aprovados, o executivo delibero rever e alterar o regulamento municipal de concessão de incentivos ao investimento. Para Sérgio Costa, apesar de existir «uma primeira versão há cerca de seis ou sete anos, está na altura de fazermos uma revisão e uma adaptação aos novos tempos» porque há que ter «em conta as novas dinâmicas empresariais e aquilo que os empresários nos vão pedindo» para enquadrar os apoios do município. A Câmara aprovou também um apoio de 10 mil euros anuais para a programação da Casa de Cultura de Famalicão da Serra. «Este apoio era exigido há muitos anos e tomamos a decisão de avançar com esta verba e este protocolo para que aquele espaço possa ter uma programação permanente e abrangente», justificou o presidente do município. Também o Centro Cultural de Gonçalo irá receber um apoio idêntico «porque tem um equipamento similar e estamos a preparar o mesmo protocolo para ser assinado depois de identificarmos os parceiros», adiantou o edil aos jornalistas no final da sessão.
Unanimidade mereceu ainda a elaboração do plano de urbanização do Vale de São Francisco, que «irá permitir regular toda a expansão urbanística e o tipo de equipamentos que possam surgir no espaço delimitado entre o Bairro do Bonfim e a Avenida Rainha D. Amélia, toda a zona baixa do Teatro Municipal da Guarda até à VICEG, englobando também toda a zona de Alfarazes e do Bairro do Torrão», especificou o presidente da Câmara. Segundo Sérgio Costa, no total são «cerca de 260 hectares» que vão ser estudados neste plano de urbanização. «Era um compromisso que assumimos com os guardenses e ao qual vamos dar início quase 30 anos depois. É um plano de urbanização muito importante para a expansão da cidade a sul e esperamos ter concluído todo este trabalho ao longo do próximo ano e meio», ambiciona o autarca independente.
No período de antes da ordem do dia, o vereador Carlos Chaves Monteiro pediu esclarecimentos sobre o caso da dívida do município à Águas do Vale do Tejo. Para o social-democrata, «é importante clarificar e dar segurança aos guardenses e dizer quais são os termos da sentença e o que é que o executivo vai fazer», tendo perguntado qual é o «valor real» da dívida da Câmara ao sistema e como será pago. Contudo, Sérgio Costa nada adiantou e, questionado por O INTERIOR no final da reunião, o edil justificou a posição dizendo que «um processo que não transitou em julgado não deve ser comentado na praça pública». E como o assunto «ainda não está fechado, não devo falar publicamente sobre ele sob pena de hipotecar as negociações e não ser solidário com os meus colegas autarcas». De acordo com o edil guardense, o processo ainda não transitou em julgado porque «houve a primeira fase do processo no Tribunal Arbitral, houve a segunda e agora há uma reclamação sobre a decisão».

Quatro associações desportivas recebem apoio extraordinário para aquisição de viaturas

A Câmara da Guarda aprovou a atribuição de quatro apoios extraordinários ao Guarda UP (basquetebol), Clube de Natação da Guarda, CCDR de Vila Cortês do Mondego e ao Guarda Desportiva para aquisição de uma viatura própria.
«No município tabelamos um valor máximo e estamos sempre disponíveis a fazer esta análise em razão das necessidades destas coletividades. Foi o que fizemos com toda a equidade, ficando assim estes clubes com mais alguma autonomia relativamente aos transportes da Câmara porque, às vezes, existem algumas condicionantes», sublinhou Sérgio Costa. Algumas destas entidades receberam 5.000 euros e outras 2.500 euros: «Foi o valor que foi pedido e nós fomos de encontro às solicitações para aquisição em concreto da viatura», acrescentou o autarca.

Passadiços do Mondego receberam 45 mil visitantes desde a abertura

Os Passadiços do Mondego abriram há quatro meses e já foram visitados por 45 mil pessoas, anunciou o presidente Sérgio Costa na segunda-feira.
Grande parte dos turistas são portugueses, mas também há muitos espanhóis a percorrer os 12 quilómetros que ligam a Barragem do Caldeirão a Videmonte. Com a grande afluência de visitantes, o executivo aprovou a reabilitação do miradouro do Mocho Real e do caminho entre Vila Soeiro e a ponte da Mizarela, sobre o rio Mondego. «Sempre dissemos que havia esta necessidade de fazer complementos nos Passadiços. O miradouro do Mocho Real, a sua escadaria de acesso, precisam de ter alguma reabilitação e reforço da segurança e esta empreitada é para fazer tudo isso. Tal como no acesso à ponte da Mizarela, onde atualmente as pessoas atravessam a ponte, mas depois andam constantemente em estrada e queremos evitar isto aproveitando outro caminho existente para que os Passadiços do Mondego fiquem o mais naturais possível», disse o presidente da Câmara.
Para Sérgio Costa, os Passadiços do Mondego têm contribuído para «a afirmação» da região. «Já vimos surgir restaurantes nos últimos meses, o que é muito bom, preparam-se mais unidades de alojamento». Entretanto, a fase de acesso gratuito já terminou e atualmente a entrada para os passadiços tem o valor simbólico de um euro por pessoa.

 

Carina Fernandes

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Efigénia Marques

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