«Todos os anos investimos entre meio milhão a um milhão de euros. Este ano fomos para além da rotina». A afirmação é de João Carvalho, administrador da empresa de lanifícios FITECOM, que em 2020 irá investir quatro milhões de euros em tecnologia e infraestruturas para modernizar a sua estrutura produtiva.
Um dos projetos previstos para a fábrica localizada no Tortosendo (Covilhã) é a construção de uma ETAR de forma a reduzir o impacto ambiental da atividade. «Gastamos cerca de 500 metros cúbicos de água por dia. Esta nova ETAR vai permitir-nos aproveitar cerca de 50 por cento dos efluentes, sendo depois misturada com água nova», adianta João Carvalho.
O ganho ambiental deste novo empreendimento é, no entanto, muito superior à vantagem económica que o empresário afirma não ser significativa. «A ETAR tem um custo de construção elevado e de manutenção também considerável, por isso não irá refletir-se em grandes ganhos a nível financeiro. Apesar disso, a preocupação ambiental e a responsabilidade social são fatores que sempre levámos em consideração», justifica o empresário, para quem com esta nova infraestrutura «vamos dar o passo seguinte» na preservação do planeta.
Além da construção da ETAR, que representa 25 por cento do total de investimentos previstos para 2020 e cuja construção deverá iniciar-se no final do ano, a FITECOM vai investir no “upgrade” da tecnologia com a aquisição de novas máquinas destinadas a melhorar o acabamento dos tecidos. «Somos uma das empresas mais avançadas tecnologicamente da Europa e queremos manter-nos na vanguarda», afirma o administrador, que relata que no rol de novidades se inclui ainda a ampliação da área de armazenamento de matérias-primas. «Vamos ter um novo edifício com cerca de três mil metros quadrados», refere João Carvalho. Prevê-se que a conclusão da introdução da nova maquinaria – que já está a ser instalada – e a construção das novas estruturas estejam concluídas «até junho do próximo ano», segundo o responsável.
A FITECOM produz tecidos para vestuário de homem, senhora e criança e exporta 98 por cento da produção, sendo uma das maiores exportadoras da região. «80 por cento ficam na Europa e 20 por cento são enviados para o resto do mundo», declara João Carvalho. A empresa possui 27 anos de atividade e tem uma capacidade produtiva de 2,5 milhões de metros de tecido por ano. Atualmente emprega mais de 200 colaboradores.
Sofia Craveiro