Sociedade

Figueira de Castelo Rodrigo é o município onde comprar casa é mais barato

Buying New House Concept
Escrito por Efigénia Marques

Figueira, Almeida, Fornos de Algodres e Mêda são os quatro concelhos do distrito da Guarda entre os 10 mais baratos a nível nacional

Na hora de mudar de vida, nomeadamente de cidade, há vários fatores que condicionam a decisão final, como a saúde, educação, serviços e a habitação, seja a oferta, seja o preço, sobretudo neste momento em que a inflação condiciona o poder de compra dos portugueses.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou dados nacionais onde é mais barato adquirir casa, tomando como referência as vendas efetuadas durante os 12 meses entre julho de 2021 e junho de 2022, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.402 €/m2, aumentando +4,2% relativamente ao ano acabado no trimestre anterior e +15,1% relativamente ao ano acabado no trimestre homólogo. As regiões do Algarve, Lisboa, Madeira e Porto são os locais onde o preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional.
Entre os 10 municípios mais baratos, de acordo com o site Idealista (empresa do ramo da habitação), quatro são no distrito da Guarda: Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Fornos de Algodres e Mêda. Figueira de Castelo Rodrigo é mesmo o concelho onde o metro quadrado é mais barato, sendo o preço mediano de uma habitação de 177€/m2.. Alda Santos, diretora da agência da Remax Altitude, situada na Guarda, revela que «os preços das casas são estabelecidos essencialmente devido à procura e à oferta, neste momento já temos a perceção da subida de preços, de há dois anos para cá, porque havia muito mais procura do que oferta que é o grande problema da definição dos preços, porque não havendo muita oferta, mas há muita procura, o que acaba por acontecer é que os preços sobem porque a procura é grande». E justifica a presença destes quatro municípios nos 10 mais baratos, dizendo o facto de haver cada vez menos pessoas e por isso também não há procura. «Em termos de oferta de trabalho, de qualidade de vida não é tão procurada como é, por exemplo, na cidade da Guarda. Na cidade da Guarda há muito mais procura, sem dúvida nenhuma», explica Alda Santos.
Mas comparando o município da Guarda (40.117 habitantes de acordo com os Censos 2021) com o de Castelo Branco (52.272) a lei da procura e oferta não funciona da mesma forma, uma vez que é mais caro comprar casa na Guarda (731€/m2) do que em Castelo Branco (725€/m2). A responsável imobiliária justifica esta diferença com a paragem de construção nova na cidade mais alta. «A construção nova, aqui, esteve muito tempo parada. Devido à crise de 2008/2009 a construção parou, houve muito mais empenho em remodelações de imóveis, do que construção nova. E daí também não termos tido essa oferta, enquanto que Castelo Branco sempre teve essa oferta», acrescenta.
No concelho da Guarda, «continua a haver muita procura de moradias e apartamentos para venda. Também há muita procura de arrendamento. Mas neste momento, arrendamento não há, do pouco que há os preços são muito altos. Em termos de oferta de residencial tem havido muito poucos usados, a construção nova também tem havido com os preços altíssimos, mas a verdade é que se vende». Porém, Alda Santos, notou um pequeno abrandamento no último trimestre devido «à especulação das taxas de juro no crédito à habitação, e acho que as pessoas abrandaram um bocado para perceber os valores que vão ser praticados, mas a procura tem sido imensa».
Quanto ao futuro, a imobiliária guardense revela «que com a pandemia o ramo imobiliário não foi afetado, porque a procura continuou, o crédito à habitação também estava bastante acessível, então isso tudo ajudou a que o ramo imobiliário não tenha sofrido qualquer tipo de baixa. A verdade é que isto da pandemia até veio realçar às pessoas a necessidade de ter conforto no seu imóvel, a necessidade de ter um espaço exterior, ter umas varandas… Agora com a inflação, que veio acompanhar o aumento das taxas de juro há algum receio, porque o poder de compra vai diminuir. Se calhar muitas famílias não vão poder comprar o imóvel que desejariam por causa disso, ou até mesmo não vão poder adquirir um imóvel», lamenta Alda Santos, responsável pela Remax Altitude que tem 15 consultores imobiliários.

Tabelas

Carina Fernandes

Sobre o autor

Efigénia Marques

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