Sociedade

«É um bocadinho estranho o que se passa, mas tem que ser»

Escrito por Jornal O Interior

As regras de distanciamento e as máscaras imperaram no regresso às aulas presenciais dos alunos do 11ª e 12º anos da Guarda. O primeiro dia deste reencontro com colegas e professores decorreu sem problemas ou receios, mas houve quem achasse «estranho» o cenário e quem admitiu ter sido «um bocadinho» difícil manter as distâncias com os amigos.

Dois meses depois da suspensão das aulas presenciais, quase 600 alunos dos 11º e 12º anos regressaram à escola na Guarda na passada segunda-feira. O reencontro com colegas e professores decorreu sem problemas, com máscaras e sob apertadas regras de distanciamento social e de higienização. A palavra de ordem foi evitar os ajuntamentos.
Na Secundária Afonso de Albuquerque, os primeiros estudantes dos 348 matriculados naqueles níveis de ensino foram chegando faseadamente desde as 8h30. «É um bocadinho estranho o que se passa, mas sabemos que tem que ser assim e cumprir, é o que se deve fazer neste momento», disse Ana Domingues, do 12º ano, que assistiu a uma aula de Português. Para esta aluna o regresso às aulas foi «tranquilo, estivemos sempre afastados uns dos outros e a cumprir as regras todas. Está tudo muito bem organizado, havia desinfetante, máscaras e os computadores tinham uma película de proteção. Os professores também estiveram muito bem no seu papel. Viemos sem receio nenhum», acrescentou. A colega Lara Amaral acrescentou que a aula foi de hora e meia, «só tivemos direito a cinco minutinhos de intervalo, mas ficamos dentro da sala».
Por sua vez, Eduardo Batista, que frequenta o 11º ano, admitiu a O INTERIOR que chegou com «algum receio» porque foi o primeiro dia e «nunca sabemos o que vamos encontrar, mas correu tudo bem». O aluno, que assistiu a uma aula de Biologia, também de hora e meia, confessou que custou «um bocadinho» manter as distâncias neste reencontro com os colegas. «Já passou algum tempo desde que estivemos juntos, pelo que o ambiente foi estranho, mas o distanciamento é uma medida necessária», considerou Eduardo Batista. «O regresso às aulas correu serenamente, não houve problemas. Criámos setores, circuitos e dividimos cada turma por duas salas para evitar ao máximo os contactos. Não há intervalos, nem cantina e o transporte de quem veio das aldeias foi assegurado pela Câmara. De resto, os alunos foram entrando gradualmente na escola», adiantou a diretora do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, o maior da Guarda.

«Foi um dia normalíssimo»

Amélia Fernandes acrescentou que se optou por realizar as aulas durante o período da manhã e estas decorreram de «forma contínua». «A maior parte dos alunos veio com máscaras e vinha elucidada sobre o que devia ser feito, foi um dia normalíssimo», considerou a responsável, referindo que estes estudantes continuam a ter ensino à distância. Já o Agrupamento de Escolas da Sé teve que retomar as aulas do 11º ano na EB Carolina Beatriz Ângelo, na Sequeira, e as do 12º na EB de São Miguel por causa das obras em curso na escola sede. Mas essa contrariedade não foi problema e os 240 alunos também iniciaram as atividades letivas presenciais com normalidade. Também aqui se optou pelas aulas durante a manhã, entre as 8h30 e as 13h35, e todos os procedimentos de higienização e de distanciamento social estão a ser seguidos. «Estávamos preocupados com o bom cumprimento das regras, mas os alunos portaram-se lindamente», afirmou David Gonçalves, diretor do Agrupamento da Sé.
«O transporte para as respetivas escolas é assegurado pela Câmara da Guarda, a partir da central de camionagem e depois da chegada dos alunos das aldeias, que são 52», indicou o professor, segundo o qual, «para evitar ajuntamentos» não há intervalos e os refeitórios não abriram. David Gonçalves sublinhou que os alunos chegaram «tranquilos» e confidenciou que os pais «é que estavam mais receosos, tendo em as chamadas telefónicas que recebemos na semana passada, mas as coisas correram bem». Neste caso, cada turma do 11º ano foi dividida por duas salas, enquanto as cinco turmas do 12º ano estão a frequentar a escola em dias diferentes. No Agrupamento de Escolas da Sé dois professores, que pertencem a grupos de risco, apresentaram uma declaração de exclusão de responsabilidade para o caso de algum aluno ser infetado com coronavírus durante as aulas. Já na Afonso de Albuquerque foram três os docentes que recorreram a esse procedimento. Os responsáveis das duas escolas admitiram também a O INTERIOR que há auxiliares de ação educativa «em número suficiente para fazer a higienização dos espaços».

90 alunos regressaram à escola em Pinhel

Cerca de 90 alunos dos 11º e 12º anos do concelho de Pinhel voltaram à escola na manhã de segunda-feira para retomarem as aulas presenciais.
O regresso após dois meses de interrupção ficou marcado pela divisão dos jovens em duas escolas diferentes (alunos do 11º na Secundária e alunos do 12º na EB2) e por lugares marcados (nas salas e transportes). Foi disponibilizado álcool-gel e o uso de máscaras por parte de alunos, professores e funcionários tornou-se obrigatório. O espaço escolar e os transportes foram desinfetados, entre outras medidas implementadas pelo município e pelo Agrupamento de Escolas de Pinhel.

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