Sociedade

Douro Vinhateiro é Património Mundial há 21 anos

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Escrito por Efigénia Marques

Ainda com muita especulação à volta do assunto, autarca de Vila Nova de Foz Côa acredita que o gasoduto de ligação a Espanha vai passar pela região

A zona do Douro Vinhateiro faz parte da UNESCO e é considerada Património Mundial desde 14 de dezembro de 2001, há 21 anos. São 24.600 hectares, repartidos por 13 concelhos, como Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa, Murça, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
Para João Paulo Sousa, presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, o único município do distrito da Guarda abrangido pela classificação, «ter um Património da Humanidade classificado pela UNESCO é sempre positivo para qualquer região do país. Dá-nos conforto cultural e visibilidade, mas também nos traz alguns constrangimentos». O autarca realça apenas que, «por vezes, há demasiadas entidades a pronunciarem-se sobre a mesma coisa», o que dificulta a «implementação de projetos».
Contrariedades burocráticas à parte, o edil fozcoense sublinha que «é sempre bom termos o património vinhateiro – porque a qualidade impera aqui. O vinho que produzimos é de excelente qualidade e, portanto, só temos de preservar este espaço». A principal ameaça pode vir a ser o projeto do gasoduto que ligará Celorico da Beira à localidade espanhola de Zamora e está previsto que atravesse parte do Alto Douro Vinhateiro, uma zona protegida pela UNESCO. Sobre este tema, João Paulo Sousa escusa-se a falar, justificando que só gostar de comentar «coisas concretas». «Neste momento a questão do gasoduto é uma proposta que ainda não me chegou concretamente enquanto Presidente da Câmara. Estou convencido que passará por aqui e vamos ver onde passa, como passa e quais são as mais-valias, as contrapartidas», disse o autarca.
Só depois de «conhecer o projeto» é que terá uma opinião «mais concreta e definitiva» sobre os impactos e consequências dessa obra no território. «Neste momento o que sei é pela comunicação social», acrescentou João Paulo Sousa a O INTERIOR. Esta quarta-feira completaram-se 21 anos sobre a inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista de Património Mundial da UNESCO, enquanto “Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva”. Esta classificação representa uma conquista coletiva «muito relevante e transformadora do território do Douro e da região Norte, com impactos positivos no seu desenvolvimento socioeconómico, no seu reconhecimento internacional e na salvaguarda da sua paisagem patrimonial moldada por uma viticultura heroica», disse na altura a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

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Efigénia Marques

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