Sociedade

Dois terços dos idosos da Guarda têm excesso de peso

Escrito por Jornal O INTERIOR

Estudo realizado por investigadores do Instituto Politécnico da Guarda revelou ainda que 60 por cento dos inquiridos sofrem de doenças cardiovasculares e 34 por cento de doenças osteoarticulares

Dois terços dos idosos da Guarda têm excesso de peso e o frio rigoroso no Inverno e o medo de lesões são entraves à prática de atividade física, conclui um estudo realizado pelo Instituto Politécnico local (IPG).

Trata-se de uma investigação sobre a qualidade de vida e a atividade física da população idosa do concelho e revelou que «21 por cento dos idosos da Guarda sofre de obesidade e 46 por cento de pré-obesidade: o que corresponde a 67 por cento da população sénior», revelou o IPG. Como entraves à atividade física dos idosos foram apontados o «frio rigoroso» e «o medo das lesões», acrescenta um comunicado enviado a O INTERIOR, que faz referência a um estudo realizado no âmbito do projeto “Gmove+” por cinco investigadores do Politécnico guardense e reeditado em janeiro de 2021 após ter sido publicado em 2019.

Foram avaliados 213 indivíduos residentes na Guarda (56 por cento do sexo feminino e 44 por cento do sexo masculino) com idade igual ou superior a 65 anos, em três grandes áreas: qualidade de vida e estado de saúde; aptidão física e funcionalidade; e níveis, barreiras e promotores da prática regular da atividade física. Segundo o IPG, o estudo conclui que «a maioria da população guardense com mais de 65 anos é obesa ou está em risco de desenvolver essa condição». O questionário sobre os motivos que impedem ou constituem obstáculos à prática de atividade física mostrou que o «clima desfavorável» (referido por 57,8 por cento dos idosos) é a principal causa, seguido do «tenho medo de uma lesão ou incapacidade» (indicado por 44 por cento dos inquiridos).

«A pobreza energética das habitações e instalações desportivas é um grande problema: os edifícios são muito frios no Inverno. As temperaturas exteriores são pouco convidativas e as casas carecem de condições que facilitem a prática de exercício», acrescenta Carolina Vila-Chã, coordenadora do estudo e docente no IPG. Outro grande obstáculo, principalmente para as mulheres, «é o medo de se lesionarem ou agravarem alguma das suas patologias, claramente por desconhecerem a plenitude das vantagens da atividade física para a sua saúde». Já o confinamento devido à pandemia da Covid-19 fez «aumentar o sedentarismo, ao limitar as movimentações diárias dos cidadãos, especialmente dos mais idosos por pertencerem aos grupos de risco», refere a docente, adiantando que se está a procurar desenvolver, «em articulação com elementos da Câmara da Guarda e da Unidade Local de Saúde, atividades direcionadas para o período pós-pandemia». O estudo revelou ainda que 60 por cento dos inquiridos sofrem de doenças cardiovasculares e 34 por cento de doenças osteoarticulares.

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