A Comunidade Intermunicipal da Região Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE) apresentou, na passada quinta-feira, a sua Carta Educativa e a Carta Social, dois documentos orientadores do planeamento e organização destas duas redes de serviços da região.
No primeiro caso, o documento «é estratégico e fundamental para planificar a rede educativa da CIMRBSE» para «termos um sistema de ensino de qualidade e preparado para dar resposta aos desafios do futuro», disse António Miraldes, secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal. Lúcia Santos, coordenadora da Carta Educativa, acrescentou que o documento «faz o retrato da realidade educativa desta região e deixa linhas orientadoras para a rede escolar do futuro, que será marcado pela redução e envelhecimento da população, consequentemente da população escolar». Segundo a investigadora, a região tem que atuar para inverter estas tendências, tendo sublinhado que «as escolas são instrumentos de coesão territorial e a sua manutenção em territórios com estas características é muito importante para garantir um desenvolvimento local sustentável».
Lúcia Santos alertou também para o facto do fecho de escolas poder começar a chegar aos 2º e 3º ciclos de ensino, bem como ao secundário, devido à redução do número de alunos. «Já estamos a ver baixas taxas de utilização com dimensões preocupantes, mas, muitas vezes, evitar o esvaziamento, encerramento, passa pela integração do pré-escolar, o que também tem consequências nessa rede e vai conduzir ao encerramento de mais estabelecimentos de ensino, o que nunca é favorável num território com estas características», afirmou. Contudo, há algum otimismo graças ao contributo dos imigrantes, como revelou António Miraldes. «Esta tendência tem vindo a ser invertida nos últimos três anos devido à população estrangeira que se fixa na região», garantiu o responsável.
No mesmo dia foi também apresentada da Carta Social da CIMRBSE, que
que sistematiza e avalia a oferta e procura dos equipamentos e serviços sociais existentes na região. «Esta ferramenta auxilia na definição de políticas sociais mais ajustadas à realidade local e promove o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. A Carta Social Intermunicipal possibilita ainda a articulação entre entidades públicas e privadas para a criação de respostas sociais mais eficazes, garantindo um melhor apoio às populações mais vulneráveis», indicou a Comunidade Intermunicipal.