Sociedade

Distrito da Guarda perdeu mais de 1.200 alunos em quatro anos

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Escrito por Efigénia Marques

Agrupamento de Escolas de Trancoso registou menos 258 estudantes entre os anos letivos 2017/18 e 2021/22, enquanto o Agrupamento de Figueira de Castelo Rodrigo foi o que menos jovens perdeu (24)

O Conselho Nacional da Educação divulgou recentemente o “Estado da Educação em 2020”, segundo qual na última década as escolas portuguesas perderam 322 mil alunos. O relatório revela que, comparativamente ao ano letivo de 2010/2011, houve menos 16,6 por cento de alunos no 1º ciclo, menos 18,6 por cento no 2º ciclo e menos 12 por cento no 3º ciclo, em termos nacionais.
Com o objetivo de fazer um ponto da situação no distrito da Guarda e zona da Cova da Beira, O INTERIOR comparou os dados disponíveis entre o ano letivo em curso e o de 2017/2018 e a conclusão é que nos 12 agrupamentos que forneceram informação há atualmente menos 1.246 alunos inscritos do que há quatro anos. Este é o reflexo do despovoamento e da quebra da natalidade que está a afetar a região. O Agrupamento de Escolas de Trancoso foi aquele que mais jovens perdeu, um total de 258 alunos, seguindo-se um dos agrupamentos da capital de distrito, o da Sé, que conta agora menos 158 alunos do que em 2017/18, o que equivale a nove turmas. Só no pré-escolar existem menos quatro turmas e menos duas no 1º ciclo do ensino básico. Já no 2º ciclo o número de turmas manteve-se e no 3º ciclo e secundário “desapareceram” quatro turmas. Porém, o Agrupamento da Sé tem uma turma do ensino profissional com 11 alunos, área que não havia em 2017/18.
Vila Nova de Foz Côa é outro dos Agrupamentos escolares que se destaca pela negativa, contando agora 481 alunos (menos 146 face a 2017/18). Já os Agrupamentos que menos estudantes perderam neste período foram Figueira de Castelo Rodrigo (-24 alunos), Manteigas (-31) e Pinhel (-34). O ensino profissional tem vindo a ganhar cada vez mais “adeptos” e no distrito da Guarda está a crescer de ano para ano. Nos 12 agrupamentos do distrito que disponibilizaram informação a O INTERIOR existem mais 12 alunos e duas turmas, o que faz com que o ensino secundário recorrente acabe por perder estudantes. Por exemplo, os Agrupamentos de Escolas da Sé, Almeida e Gouveia foram três dos estabelecimentos de ensino que decidiram apostar nesse meio de ensino, criando turmas de ensino profissional.
Quanto à Cova da Beira, o concelho que mais alunos perdeu no ensino obrigatório foi a Covilhã (-810), enquanto no Fundão houve uma redução de 313 desde 2017/2018 e de 41 em Belmonte. No total, estes três municípios perderam 1.164 alunos nos últimos quatro anos letivos. Apesar da insistência de O INTERIOR, não responderam aos pedidos de informação os Agrupamentos da Mêda e de Seia. Já o Agrupamento de Escolas de Celorico da Beira recusou prestar qualquer informação.

Tabelas Escolas

 

Carina Fernandes

Sobre o autor

Efigénia Marques

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