Sociedade

Distanciamento social agrava falta de alojamento de estudantes

Escrito por Jornal O INTERIOR

A imposição das regras de distanciamento social veio agravar um problema que se arrasta há vários anos. Este ano, na Covilhã, há ainda menos camas para estudantes do que no ano letivo anterior, pois muitas delas não podem ser atribuídas devido à configuração dos quartos.

De acordo com dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), há este ano 595 camas para estudantes da UBI, menos 171 do que no ano letivo anterior. Estes números representam menos 22 por cento de oferta de alojamento para estudantes na Covilhã. «São números alarmantes, de camas que se perdem porque a falta de alojamento já era um flagelo», afirma Ricardo Nora. O presidente da AAUBI receia que esta lacuna vá conduzir a uma «pressão sobre o mercado de arrendamento privado», o que irá culminar «num aumento de preços» dos quartos para estudantes na cidade.

O Governo anunciou recentemente um reforço de oferta de 4.500 camas em todo o país, fruto de parcerias com «pousadas da juventude, alojamentos locais e hotéis», mas o jornal “Público” noticiou no passado sábado que apenas 300 estavam disponíveis. O Ministério da Ciência e Ensino Superior já contestou esta notícia e afirmou, através de comunicado, que existem «780 camas intervencionadas» em várias zonas do país, nomeadamente em Lisboa, Porto, Açores ou Évora. Contudo, a tutela admitiu que devido a «constrangimentos decorrentes da atual situação de pandemia» o valor total de 2.500 camas não deverá ser atingido até ao fim deste ano letivo. Na região não há qualquer reforço de camas previsto para este ano. Para colmatar esta falha o executivo planeia reforçar as bolsas de Ação Social com um complemento de alojamento que será pago mensalmente aos alunos beneficiários. O valor é definido em função do local e, no caso da Beira Interior, corresponde a 219 euros.

Ricardo Nora diz que este valor é insuficiente e impossibilita o estabelecimento de parcerias com entidades da região. «É impossível pedir que um grupo hoteleiro cobre 219 euros para um aluno ali estar albergado durante um mês, com despesas incluídas», exemplifica. No que toca à Guarda a situação manteve-se inalterada. O IPG continua a dispor das mesmas 394 camas que já tinha no ano anterior, de acordo com a DGES. Recorde-se que está previsto um reforço de camas para estudantes do Politécnico materializado na Pousada da Juventude. A requalificação deste edifício vai aumentar a oferta da cidade mais alta em 46 camas.

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