Sociedade

DGS dá ordem para deixar de testar os contactos de alto risco

Escrito por Luís Martins

Quem teve contacto de alto risco, muito próximo e por mais de 15 minutos com alguém infetado com o novo coronavírus vai deixar de ser necessariamente submetido à análise para determinar se foi contagiado, noticia o semanário “Expresso” este sábado.

A indicação para não testar a generalidade das pessoas mais próximas de um caso positivo consta de uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicada na semana passada e está a provocar críticas severas na comunidade médica. O Governo é acusado de sacrificar a contenção do vírus para reduzir o número de infetados, melhorando a imagem do país. Segundo o jornal, a medida vai também permitir poupar testes para o Inverno.

A partir de agora fazer o teste de diagnóstico aos contactos de alto risco fica ao critério das autoridades de Saúde e é especialmente reservado para infeções em surtos, aglomerados ou coabitantes. À cautela, e apesar de não existir um resultado, terá de ser cumprido isolamento profilático de 14 dias. O problema está no facto de não serem identificadas as pessoas que privaram com o contacto de alto risco e que podem também estar infetadas. 

Entretanto, a DGS já veio desmentir «categoricamente» a restrição da realização de testes a contactos de casos confirmados e esclarecer que a dita norma apenas «formaliza procedimentos que já são realizados pelas autoridades de saúde e tem por base a melhor e mais atual evidência científica e os contributos de peritos em Saúde Pública, incluindo autoridades de saúde, que diariamente atuam no terreno».

Ou seja, a realização de testes a contactos de casos confirmados de Covid-19 «sempre dependeu, e continua a depender, da estratificação de risco efetuada pelas autoridades de saúde» locais, algo que continuará a acontecer. «A norma publicada nada altera a este respeito. Aliás, a referida norma prevê justamente a realização de teste a contactos de alto risco, de acordo com a avaliação de risco pelas autoridades de saúde», reforça a DGS em comunicado.

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Luís Martins

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