Os deputados do Partido Socialista eleitos pelos círculos de Castelo Branco, Guarda, Portalegre e Viseu questionaram a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, sobre apoios à atividade da apicultura.
Tendo em conta que «as abelhas têm uma função polinizadora que é essencial às plantas, sendo certo que a Dieta Mediterrânica depende quase exclusivamente da polinização das abelhas e que, para além das paisagens cultivadas, são polinizadoras de flores silvestres, arbustos e árvores, contribuído assim para a saúde e resiliência dos ecossistemas», os socialistas questionaram a governante «sobre a possibilidade de abertura de uma linha de financiamento dirigida a apicultores que cumpram os compromissos de manutenção da atividade e número de colónias, constituídas exclusivamente por Apis Mellifera Iberiensis em toda a exploração apícola, com atividade em territórios de baixa densidade, atribuída anualmente por colónia, durante um período de cinco anos», pode ler-se no documento a que O INTERIOR teve acesso.
Os parlamentares Paula Custódio Reis, Tiago Soares Monteiro, José Pedro Ferreira, António Monteirinho, Cristina Sousa, Ricardo Pinheiro, Eduardo Alves, Lúcia Silva e José Rui Cruz alertam que, «nas últimas décadas, a existência de abelhas tem sido ameaçada por fatores como as alterações climáticas, as alterações de utilização dos solos e das práticas agrícolas, invasões biológicas e bioagressores».
No ano de 2021, estavam registadas em Portugal 10.435 explorações apícolas, com um número total de colónias de 792.239 e nove Denominações de Origem Protegida. «Apesar dos números, as colónias de abelhas têm neste momento poucas condições de sobrevivência de per si, sem a intervenção de um apicultor que as alimente caso necessário ou que translade a colmeia para um local onde exista floração, sendo que em 2023 se perspetiva, devido às condições climatéricas, uma redução para apenas 30% da recolha do mel produzido na média dos anos anteriores», defendem os deputados.