Sociedade

C+S de São Miguel pode vir a acolher Comando Nacional da UEPS

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Escrito por Efigénia Marques

Equipamento escolar que integra Agrupamento da Sé é a nova alternativa para instalar aquela força na Guarda

A C+S de São Miguel, que integra o Agrupamento de Escolas da Sé, é agora a alternativa para acolher o Comando Nacional da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) da Guarda. A escola e outros locais já foram visitados pelo comandante da UEPS e por outros oficiais da área da logística que, ao que O INTERIOR apurou, terão dado ao seu aval à possibilidade de instalar aquela unidade no complexo escolar.
Inclusivamente, a tutela já terá aceite a sugestão e deverá oficializar a decisão em breve. O caso foi abordado na última reunião do executivo, na segunda-feira, onde Carlos Chaves Monteiro (PSD) confrontou o presidente da Câmara com essa eventualidade, tanto mais que a autarquia desistiu de requalificar a escola, e pediu um ponto da situação da vinda da UEPS para a cidade. Mas Sérgio Costa voltou a garantir que não há nada em concreto. «Este foi um dos locais visitados e outras visitas podem surgir no futuro. Mais do que isso não existe nada», respondeu o autarca, para quem ficou claro que todo o executivo municipal está «de braço dado» para que a UEPS venha «no mais curto espaço de tempo para a Guarda.
O autarca confirmou que já foram sinalizados «alguns locais» para acolher o comando nacional desta força da GNR e disse esperar que que «nos próximos tempos» possa haver uma decisão. Quanto ao futuro da C+S de São Miguel, Sérgio Costa admitiu vai ser alvo das melhorias que «são necessárias» em termos de instalações e de manutenção do espaço. «É como fazemos em qualquer escola integrada na esfera do município, fazemos as melhorias necessárias para que os alunos lá permanecem e tenham naturalmente as condições dignas para sua aprendizagem», concluiu o edil guardense. Quem está preocupado com o cancelamento da empreitada de construção do Centro Escolar de São Miguel são pais, professores, alunos e assistentes operacionais, alguns dos quais já subscreveram uma carta aberta endereçada ao presidente da Câmara, a quem manifestam a «profunda inquietação, insatisfação e indignação» pela exclusão desta do conjunto de reabilitações assumido pelo município.
No documento, a que O INTERIOR teve acesso, os subscritores receiam que a escola de São Miguel «deixe de ser uma instituição de ensino para dar lugar a sabe-se lá o quê ou ali albergar um outro serviço qualquer, como se a cidade não fosse fértil em edifícios a necessitarem de reabilitação». Defendem que a escola continua a cumprir «na sua plenitude o seu papel de resposta educativa» e consideram «urgente» a requalificação dos edifícios «para o presente e futuro» e fazer cumprir «o exposto na Carta Educativa (2018)» do município da Guarda. Os subscritores afirmam ainda que «determinar o encerramento de uma escola é um falso dilema e um enorme retrocesso, que nunca será aceite e compreendido por quem vive a escola e sabe como prestar um excelente serviço à comunidade e à Guarda», segundo a carta aberta. Recorde-se que o município decidiu cancelar a construção do Centro Escolar de São Miguel por não haver financiamento comunitário para uma empreitada que estava orçada em 2,5 milhões de euros.

Governo à espera de «condições logísticas» na Guarda

O Comando Nacional da Unidade de Emergência, Proteção e Segurança (UEPS) da GNR virá para a Guarda quando a Câmara disponibilizar instalações, garantiu, em dezembro, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
«Quis reiterar o compromisso do Governo colocar na Guarda a Unidade Especial de Proteção e Socorro que, provisoriamente, ficou sediada em Coimbra, dentro dos objetivos de desenvolvimento integrado e de promoção da coesão territorial», afirmou o ministro aos jornalistas no final da cerimónia do Dia da Unidade do Comando Territorial da GNR da Guarda. José Luís Carneiro sublinhou que «havia o compromisso do Governo anterior e esse compromisso mantém-se», não sem acrescentar que «está nas mãos da autarquia, em articulação com a GNR, criarem as condições logísticas para que essa unidade possa ser transferida para a Guarda. Tão breve quanto possível, quando estiveram constituídas essas condições será feita a transferência da UEPS», acrescentou o titular da pasta da Administração Interna na presença do autarca guardense.
Na altura, Sérgio Costa disse que o que faltava mesmo é «decidir», pois as cúpulas da GNR já estiveram na cidade para ver instalações para acolher o Comando da UEPS. «Falta tomar decisões por parte da estrutura governamental e pela GNR. Os espaços já foram visitados», respondeu o edil independente, admitindo que neste momento «só falta escolher as instalações». Contudo, Sérgio Costa escusou-se a indicar as soluções que estão em cima da mesa. «Não vou falar em qualquer localização. É um assunto que deve ficar em reserva até ficar decidido que instalações foram escolhidas pela GNR», assumiu. Até lá, o presidente do município deixa a garantia que «no mais curto espaço de tempo esperamos atingir este objetivo. Espero que ao longo de 2023 seja possível a fixação da UEPS em definitivo, na Guarda».
O edifício da antiga Pousada e delegação do Instituto Português da Juventude, as instalações da direção distrital do IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, na Avenida Francisco de Sá Carneiro, foram espaços já descartados. A decisão de sediar na Guarda o Comando da Unidade de Emergência Proteção e Socorro data de 2019, decorrendo desde então a procura de instalações adequadas na cidade. Além do comando, o que está previsto é a vinda de uma das companhias daquela Unidade e os militares afetos ao Centro de Meios Aéreos da Guarda, num total superior a cem militares, entre guardas e oficiais.
A colocação deste comando de âmbito nacional é uma decisão do Ministério da Administração Interna (MAI) e foi anunciada em julho desse ano, tendo a autarquia assumido os encargos com as necessárias obras de requalificação do edifício a escolher. A UEPS é um organismo de âmbito nacional que vai suceder aos Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e vem para a Guarda porque o respetivo decreto-lei determina a sua instalação em regiões de baixa densidade. O Comando desta Unidade é assegurado por um major-general, já em funções, coadjuvado por um segundo comandante com o posto de coronel. Atualmente, o Comando está no Quartel das Lages, em Coimbra.

Luís Martins

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Efigénia Marques

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