O alerta surge por parte da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), desta vez na área da Oftalmologia da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
O organismo dirigido por Carlos Cortes considera «muito graves as atuais circunstâncias do serviço, sendo que está sem diretor desde fevereiro de 2020». Em comunicado enviado a O INTERIOR, a Ordem dos Médicos fala em «milhares de doentes prejudicados sem consulta e sem cirurgia, alguns dos quais a enfrentar um impacto de forma irreversível». E exemplifica: «Há mais de 250 doentes propostos para cirurgia (cataratas, glaucoma, pequena cirurgia, injeções intravítreas) que estão a aguardar, desde novembro de 2020, que as suas propostas cirúrgicas sejam introduzidas no sistema informático da ULS». Para Carlos Cortes, presidente da SRCOM, «é com profunda consternação e com preocupação pelos doentes do distrito da Guarda» que a Ordem recebeu as mais recentes informações sobre aquele serviço.
O dirigente classifica aina de «inqualificável a inércia do Conselho de Administração da ULS da Guarda, que tinha prometido que o processo de nomeação do diretor do serviço ficaria resolvido no início de dezembro», o que não aconteceu. «Perante o impacto devastador que a ausência de direção e organização da Oftalmologia está a ter nos doentes, é incompreensível que o grave problema seja tratado desta forma», denuncia Carlos Cortes, avisando também que se a situação não for resolvida «então terá de ser solucionada pela própria ministra da Saúde».
Segundo os dados enviados a O INTERIOR pela SRCOM, existem atualmente 1.188 utentes a aguardar triagem para consulta de Oftalmologia no Hospital Sousa Martins, na Guarda, e mais 58 no Hospital de Nossa Senhora da Assunção, em Seia.